A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou na quarta-feira (21) que o Irã instalou centrífugas avançadas em sua usina de enriquecimento de combustível (FEP, na sigla em inglês) de Natanz.
"Em 21 de abril de 2021, a agência verificou na FEP que: [...] foram instaladas seis cascatas de até 1.044 centrífugas IR-2m; e duas cascatas de até 348 centrífugas IR-4 [...], das quais várias estavam sendo usadas", indica a declaração da AIEA, citada pela agência Reuters.
O relatório anterior da AIEA indicava que as instalações de Natanz estavam usando 696 centrífugas IR-2m e 174 IR-4, enquanto o acordo internacional JCPOA só permite o uso de máquinas IR-1, que são muito menos eficientes. Na semana passada, o Irã notificou a AIEA de seu plano de aumentar o enriquecimento de urânio até 60% de pureza.
Ali Akbar Salehi, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), anunciou na véspera que o fornecimento de energia havia sido restaurado na usina de Natanz, com a reativação de várias centrífugas.
No início deste mês, a instalação de enriquecimento de Natanz foi alvo do que as autoridades iranianas chamaram de "ato de terrorismo nuclear", acusando Israel da ação, e até mesmo identificando um culpado, que havia deixado o país mesmo antes da explosão e do incêndio subsequente no local. Israel, por sua vez, não se pronunciou oficialmente sobre o incidente.
Depois que os EUA se retiraram do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em 2018 e reimpuseram sanções ao Irã, a República Islâmica passou, a partir de 2019, a ultrapassar os limites de enriquecimento de urânio impostos pelo JCPOA. Ao mesmo tempo, Teerã observou anteriormente que as violações do acordo são reversíveis caso Washington remova as sanções e regresse ao acordo nuclear.
Até agora, o Irã, juntamente com representantes dos outros países signatários do acordo nuclear, concluiu duas rodadas de negociações em Viena, na Áustria, com o objetivo de trazer o país e os EUA de volta ao acordo.