O anúncio representará um marco importante para o programa espacial do Brasil: trata-se dos primeiros acordos com a iniciativa privada para uso compartilhado da base.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, disse que serão conhecidos os primeiros acordos de uma relação de nove empresas que demonstraram interesse em utilizar a base para suas operações. A lista inclui companhias estrangeiras e nacionais.
"A Base de Alcântara é nossa joia da coroa, um local privilegiado, onde vamos receber diversos tipos de operação", disse Carlos Moura, que em seguida complementou: "Poderemos receber veículos lançadores ou mesmo empresas que queiram se implantar na base e fazer lançamento de forma contínua".
A expectativa é de que as primeiras operações ocorram entre o fim deste ano e no início de 2022. Uma das prioridades deve ser o lançamento de nanossatélites, equipamentos pequenos, do tamanho de uma caixa de sapatos, mas que têm alta tecnologia embarcada e podem apoiar diversos tipos de monitoramento.
"Alcântara ainda não fez essa estreia. Agora, nós imaginamos que, com essas empresas previamente qualificadas e com veículos inscritos, nós podemos finalmente dizer que Alcântara já lançou um satélite e esperamos que, em breve, isso ocorra com um veículo lançador brasileiro. É o início da fase de lançamentos orbitais. Vamos conseguir colocar satélites em órbita", afirmou o presidente da AEB.
A entrada de empresas ajuda ainda a suplantar as restrições orçamentárias que as operações espaciais enfrentam. Na semana passada, a própria Agência Espacial Brasileira teve um corte de R$ 1,2 milhão em seu orçamento, atingindo justamente alguns projetos do centro espacial de Alcântara.