Na hierarquia do Ministério da Economia, o Tesouro Nacional está ligado à Secretaria Especial da Fazenda.
A saída de Waldery do cargo ocorre após embates relativos ao Orçamento de 2021, que sofreu um veto de R$ 19,8 bilhões em despesas e um bloqueio adicional de R$ 9,3 bilhões, conforme divulgou o Estadão.
O agora ex-secretário especial de Fazenda defendia um ajuste no orçamento, que já estaria no limite devido às despesas obrigatórias. A visão era contrária à do Congresso Nacional, que dizia que o texto poderia ser sancionado.
Ainda de acordo com o jornal, Waldery pretendia ficar no cargo até junho deste ano, mas antecipou a decisão após os debates sobre o orçamento.
Segundo a publicação, o secretário vinha sendo muito criticado pela ala política. Outros integrantes do Ministério da Economia também afirmavam que as decisões importantes "travavam" na Fazenda.
No ano passado, Waldery Rodrigues esteve envolvido em polêmica com o presidente Jair Bolsonaro. O secretário defendeu congelar aposentadorias e mexer no seguro-desemprego para liberar recursos para o programa Renda Brasil, proposta de reformulação dos programas sociais.
Na época, Bolsonaro ameaçou dar um "cartão vermelho" a quem lhe apresentasse propostas de congelar aposentadorias ou reduzir benefícios.
Waldery estava no governo federal desde junho de 2016, quando entrou no extinto Ministério da Fazenda, na equipe de Henrique Meirelles, no mandato de Michel Temer.
Ele acabou permanecendo na pasta na transição para o governo Bolsonaro. Antes, Waldery era consultor do Senado Federal, em um cargo comissionado.