"A OTAN nunca vai alcançar o poder militar russo. A OTAN serve principalmente como aprovação europeia da política externa dos EUA [...] Ela tem uma função propagandística", afirmou Roberts.
Ele também apontou que é importante compreender que a política hegemônica dos EUA "não deixa nenhuma base para acordos".
"O que Washington exige é a rendição da soberania russa. As respostas responsáveis, moderadas e não confrontadoras de Putin às ameaças e insultos de Washington não o beneficiarão nem a ele nem à Rússia [...] Putin e a Rússia são vistos por Washington como obstáculos à hegemonia dos EUA, e o poderoso e difundido complexo militar dos EUA precisa da Rússia como inimiga para justificar seu orçamento e força. Isso não deixa possibilidade de melhorar a relação", ressaltou.
Roberts observou que o ex-presidente dos EUA Donald Trump considerava a OTAN como "uma relíquia da Guerra Fria que tinha perdido seu propósito".
"Para os políticos europeus, isso implicava uma perda de dinheiro e das sinecuras americanas [...] Eles estão satisfeitos por Biden continuar a pagá-las", enfatizou.
Contudo, Roberts aponta que há outros na Europa que não veem vantagens em ser parte do conflito dos EUA com a Rússia.
"É só risco, sem recompensas. A Europa precisa da energia russa, e as empresas europeias desejam participar do desenvolvimento econômico russo [...] A consequência é a tensão no interior do império norte-americano. Mas enquanto não houver um custo real para os europeus se aliarem a Washington contra a Rússia, o dinheiro de Washington manterá a Europa na linha", concluiu.
As relações entre a OTAN e a Rússia se deterioraram significativamente devido ao conflito ucraniano em 2014, com a aliança acusando Moscou de interferir nos assuntos internos da Ucrânia e de aumentar sua presença militar no Leste europeu.
A Rússia expressou repetidamente sua preocupação com o aumento das atividades da OTAN na região e enfatizou que elas representam uma ameaça real para a sua segurança.