A declaração foi feita à Revista Veja, em entrevista publicada nesta sexta-feira (30). O ministro, que é delegado da Polícia Federal, também afirmou que não vê problema no fato de o presidente não usar máscara facial em público.
"Se o presidente sai sem máscara e se expõe, cabe a quem está ali perto dele se cuidar. É um absurdo o chamarem de genocida. É uma covardia, num momento como este, misturar a tragédia com política", afirmou Torres.
Esta foi a primeira entrevista de Torres desde que tomou posse como ministro. Ele declarou ser a favor da excludente de ilicitude para policiais e da redução da maioridade penal para 16 anos, além de ter defendido o direito à posse de armas.
"Não podemos tirar o direito do cidadão de bem de ter uma arma de fogo em casa", disse o ministro.
Torres disse também que considera inoportuno o momento para o funcionamento da CPI que vai investigar a atuação do governo durante a pandemia. Além disso, criticou a anulação dos processos contra o ex-presidente Lula e afirmou que considera Sergio Moro um juiz "diferenciado".
"Minha convicção é a de que o trabalho da Lava-Jato foi muito bem-feito. Moro foi um juiz corajoso e diferenciado", disse Torres.
O uso ou não uso de máscara por Jair Bolsonaro é também uma questão política. Nesta quinta-feira (29), o jornalista Valdo Cruz revelou que o presidente foi aconselhado por ministros a parar de falar somente para a própria "bolha" de apoiadores e a usar máscara facial para ter chances de ganhar as eleições de 2022.