Misturar engenhosidade humana com eficiência de máquina, potência e velocidade pode criar capacidades sobre-humanas na próxima década, e os EUA devem abraçar esta mudança na era tecnológica ou ficar atrás dos adversários globais, disse na quarta-feira (28) dr. Joel B. Mozer, cientista-chefe da Força Espacial dos EUA.
"No século passado, a civilização ocidental transformou-se de uma sociedade baseada na indústria para uma sociedade baseada na informação, mas hoje estamos à beira de uma nova era: a era do aperfeiçoamento humano", disse Mozer durante discurso no evento Inspire do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL, na sigla em inglês).
"Em nosso interesse de defesa nacional, é imperativo que abracemos esta nova era, para não ficarmos atrás de nossos concorrentes estratégicos", afirmou.
A AFRL, que lidera a pesquisa tecnológica tanto para a Força Aérea quanto para a Força Espacial dos Estados Unidos, criada em 2019, organizou o evento anual Inspire para mostrar as ideias inovadoras que estão sendo produzidas pelo laboratório e seus parceiros. O dr. Mozer, palestrante convidado especial deste ano, focou seu discurso na integração da humanidade com a tecnologia, e o importante papel que tal integração desempenhará no futuro militar.
Os benefícios da inteligência artificial (IA) automatizada incluiriam "desenvolver estratégias e táticas [de guerra] que nenhum humano conseguiria", mas que ao mesmo tempo tal possibilidade é "um pouco assustadora".
Assim, Mozer sublinhou que os seres humanos devem ser integrados inteiramente com as máquinas e autorizados a fazer o que fazem melhor, tais como exercer julgamentos éticos durante o processo de tomada de decisão e lidar com a ambiguidade que a inteligência artificial pode se revelar incapaz.
O cientista observou que os adversários dos EUA certamente o farão, e encorajou os participantes a liderar o caminho para a era do aperfeiçoamento humano. Ele também avisou que "devemos pensar cuidadosamente sobre a ética disto, e como vamos confiar nestes agentes autônomos, especialmente em uma era de guerra autônoma letal".
Além de suas aplicações em guerra, Joel B. Mozer sugeriu um possível uso de "força de trabalho sobre-humana", supostamente voluntária.