Mar nada jovem: geofísicos determinam erro de milhões de anos na idade do mar Vermelho

Geofísicos descobriram que o mar Vermelho tem quase o dobro da idade que se pensava ter. Novos dados mostram que a formação da bacia marítima e da crosta oceânica ao longo da fenda do mar vermelho começou há 13 milhões anos.
Sputnik

O mar Vermelho é tradicionalmente considerado uma formação muito jovem. Está localizado na zona de fenda na fronteira entre as placas tectônicas Africana e Arábica. Os modelos geológicos sugerem que com o tempo, à medida que as placas se afastarem do mar Vermelho, aparecerá um novo oceano com crosta específica. Ainda não foi determinada a quantidade atual da crosta oceânica no mar Vermelho.

Os cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, na Arábia Saudita, com colegas da Alemanha e Islândia, juntaram os mapas detalhados do fundo do mar com os dados gravitacionais e sísmicos, determinando pela primeira vez o lugar da saída da crosta oceânica no fundo do mar Vermelho, segundo estudo publicado na revista Nature Communications.

Foi descoberto que o mar Vermelho tem uma estrutura geológica bastante simples de um oceano jovem com vulcões, localizados ao longo de toda a fenda que está se espalhando lentamente. Estas características são típicas para todas cordilheiras mesoatlânticas, sugerindo que o mar Vermelho não é tão jovem.

"A maior parte da bacia é sustentada por crosta oceânica, as placas continentais de ambos os lados estão separadas uma da outra para mais longe do que anteriormente determinado", disse um dos autores do estudo, Froukje van der Zwan.

O novo modelo permitiu explicar melhor algumas características estruturais da bacia do mar Vermelho, por exemplo, os sistemas ativos de falha geológica e crateras dos vulcões submarinos. Além disso, os cientistas conseguiram datar o início da formação da bacia mais precisamente. Segundo os geofísicos, o mar Vermelho não é nada jovem, sendo uma bacia oceânica de 13 milhões de anos.

Os geofísicos esperam que suas descobertas sejam usadas na prática. O cientista Froukje van der Zwan afirmou que a compreensão mais clara onde estão as fronteias das placas tectônicas ajudará a entender a atividade sísmica.

Comentar