Com aproximadamente uma hora e meia de leilão, que foi realizado na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), os três blocos de maior valor já haviam sido arrematados, com ágio superior a 100% do valor inicial, informou o portal G1.
Os blocos foram leiloados separadamente, cada um com valor mínimo de outorga. O Bloco 1 era o mais caro, pois inclui 18 bairros da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro e outros 18 municípios do estado. O Bloco 2, por sua vez, contempla 20 bairros da Zona Oeste da capital fluminense e outros dois municípios, enquanto o Bloco 3 engloba 22 bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro e seis municípios e o Bloco 4 conta com 106 bairros do Centro e da Zona Norte da capital, além de outras sete cidades.
O Bloco 1 foi arrematado pelo Consórcio Aegea pelo valor de R$ 8,2 bilhões, o que representa um ágio de 103,13%. Já o Bloco 2 ficou com o Consórcio Iguá, que ofertou R$ 7,286 bilhões (ágio de 129,68%), enquanto o Bloco 4 também ficará com o Consórcio Aegea, que desembolsará R$ 7,203 bilhões, com ágio 187,75%. O Bloco 3, no entanto, foi o único a não ser vendido, pois a Aegea retirou sua oferta antes da abertura do pregão, após conseguir a concessão do Bloco 4.
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), acompanhou o leilão junto com o presidente Jair Bolsonaro e os ministros da Economia, Paulo Guedes, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. Ao chegar ao local, o presidente foi recebido com protestos.
Após a conclusão do leilão, Castro assinalou que o mesmo enviava "um importante recado para quem deseja investir no Rio de Janeiro", ao destacar que o pregão foi realizado na data prevista. Ontem (29), o governador manteve a realização do processo licitatório, mesmo após a aprovação de um decreto na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que cancelava o leilão, depois que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu os efeitos do decreto.
"Esse leilão é um marco para o estado do Rio de Janeiro e nos dá esperança para um futuro melhor para o nosso povo", afirmou Castro, citado pelo G1.
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro atende atualmente 64 dos 92 municípios do estado. A empresa estatal, no entanto, não será extinta, já que uma parte dela será mantida sob a batuta do governo fluminense, que manterá a gestão e a produção da água. O plano de concessão da companhia foi elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e levou quase dois anos para ficar pronto. Segundo o BNDES, trata-se do maior e mais importante projeto de infraestrutura do país nos últimos anos.