Cientistas, com ajuda de laser de tecnologia de ponta, analisaram os restos de uma sofisticada civilização dos antigos maias no norte da península de Iucatã, no México.
O estudo, publicado esta semana no portal Plos One, revelou diversos tipos de estruturas na região montanhosa, conhecida como Puuc, incluindo reservatórios artificiais, mais de 1.200 fornos, terraços para a agricultura e quase oito mil plataformas onde eram construídas habitações.
Além disso, o escaneamento a laser demonstrou que os antigos maias extraíam rocha na zona estudada, segundo o portal Live Science.
Por outro lado, a pesquisa permitiu explorar quatro grandes acrópoles que datam do período Formativo Médio (700 a.C. a 450 a.C.) e centros cívicos que datam de 600 d.C. a 750 d.C., durante o período Clássico Tardio.
"Parece ter sido uma área muito próspera, pois temos todas estas casas de pedra", declarou o autor principal do estudo, William Ringle, professor emérito de Antropologia do Colégio Davidson da Carolina do Norte.
Este é o primeiro estudo completo da região realizado com a tecnologia LiDAR, que consiste em um laser que escaneia profundamente o solo, inclusive através da espessa vegetação, revelando a topografia do terreno, bem como qualquer característica artificial.
A análise revelou a existência de aproximadamente 7.900 plataformas de habitações, inclusive nas colinas, o que indica que a região Puuc tinha uma grande população que se concentrava, em grande parte, em diferentes comunidades, com algumas casas no interior.
Além disso, a análise sugere que a região provavelmente figurava "entre as mais densamente povoadas dentro das terras baixas maias", uma área que inclui partes dos atuais territórios do México, da Guatemala e de Belize.
Apesar de ser densamente povoada, parece que os habitantes da região eram em sua maior parte pacíficos, com comunidades próximas umas das outras e sem evidência de estruturas defensivas.
Além disso, o equipamento não encontrou nenhuma prova de que a elite se concentrava em bairros ricos.
Para resolver o problema da água, os maias construíram cisternas revestidas com estuque de gesso, que coletavam a água da chuva, bem como reservatórios, com grandes canais que fluíam neles.
A exploração também mostrou evidências de uma indústria de trabalho de pedra "intensiva e generalizada", que incluía pedreiras e 1.232 fornos circulares.
"Estão por todas as partes. E isso indica que era uma indústria grande em Puuc", comentou Ringle.
As imagens do LiDAR também mostraram a "primeira evidência inequívoca dos territórios em Puuc, de fato, em todo o norte de Iucatã".
Contudo, apesar das centenas de colinas da região, apenas oito estavam em territórios para a agricultura, o que sugere que a prática não era muito popular em Puuc, indica a equipe.