França: Marine Le Pen é absolvida da acusação de incitar terrorismo

A Justiça da França absolveu nesta terça-feira (4) a principal líder da direita no país, Marine Le Pen, acusada de incitar o terrorismo ao publicar em suas redes sociais, em 2015, fotos de vítimas do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Sputnik

Candidata à presidência em 2022, Le Pen foi processada sob a acusação de fazer circular "mensagens violentas incitando o terrorismo ou a pornografia ou prejudicando gravemente a dignidade humana". 

O júri reconheceu que havia "um propósito informativo" na divulgação das imagens, dizendo que sua publicização "faz parte de um processo de protesto político".

A defesa de Marine Le Pen argumentou que publicações como estas "contribuem para o debate público", desde que não "banalizem" a violência.

A promotoria, que se baseou na lei francesa contra a divulgação de discurso de ódio, havia pedido a imposição de uma multa equivalente a R$ 32.700.

Le Pen divulgou as imagens depois que um jornalista francês fez uma comparação entre o Daesh e seu partido. Uma das fotos mostrava o corpo do jornalista americano James Foley decapitado pelo grupo extremista. Outra mostrava um homem com uniforme laranja atropelado por um tanque.

"Daesh é isso!", escreveu Le Pen na ocasião. Para o tribunal, a divulgação dessas imagens foi uma resposta "coerente" de Le Pen a "um polêmico ataque".

Nas pesquisas, segundo o Le Monde, Marine Le Pen é o principal nome de oposição ao presidente da França, Emmanuel Macron, para as eleições de 2022. Ela chegou nos últimos meses a 35% das indicações de voto, praticamente empatada com o atual chefe de Estado francês.

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