ONU e UE condenam violência policial em protestos na Colômbia

Nesta terça-feira (4), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia alertaram sobre o uso excessivo da força policial em protestos contra o governo do presidente colombiano Iván Duque.
Sputnik
"Estamos profundamente alarmados com os acontecimentos ocorridos na cidade de Cali [...] ontem [segunda-feira, 3] à noite, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes que protestavam contra a reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas, segundo as informações recebidas", afirmou em comunicado Marta Hurtado, porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Já a União Europeia fez um apelo às forças de segurança para que evitem uma resposta violenta, pedindo calma e condenando a violência.

Os protestos, originalmente convocados em oposição à reforma tributária (já retirada) que aumentaria impostos, se tornaram grandes manifestações contra a pobreza no país.

A Polícia Nacional anunciou que investigará mais de duas dezenas de denúncias de brutalidade das forças de segurança feitas por manifestantes e grupos de direitos humanos.

Por outro lado, o ministro da Defesa, Diego Molano, acusou grupos armados ilegais de se infiltrarem nos protestos para causar violência.

A cidade de Cali, no sudoeste do país, tornou-se o epicentro das manifestações. No local, já foram confirmadas 11 mortes entre as 19 supostamente ocorridas em protestos.

​Tivemos um encontro interinstitucional de todos os níveis, nacional e local. A agenda é construída em defesa da vida, para validar a convivência democrática e escutar atentamente as nossas comunidades no seu clamor e direito de viver em paz. Chega de sangue em Cali.

A reforma tributária proposta pelo governo pretendia ampliar os impostos sobre a renda e o consumo. Após os maciços protestos, o ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla, renunciou e o governo desistiu de dar sequência ao projeto.

O presidente Iván Duque pediu unidade ao país e afirmou que o governo vai preparar outra proposta de reforma, resultante de acordos com partidos políticos, sociedade civil e empresas.

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