Restos mortais e objetos de viking 'perdidos' há mais de 100 anos reaparecem na Dinamarca (FOTO)

A confusão de décadas em torno dos restos mortais de um viking ocorreu devido a um erro de etiquetagem em museu dinamarquês. O engano foi corrigido por acaso, anos após "desaparecimento" de objetos que estavam o tempo todo no local.
Sputnik

Os restos mortais e objetos de um viking de mais de mil anos foram redescobertos após serem considerados desaparecidos há décadas. A situação aconteceu no Museu Nacional da Dinamarca devido a um equívoco em um contêiner mal etiquetado.

Quando os pesquisadores começaram a procurar os restos mortais originais para comparação, eles não conseguiram encontrá-los. Foi realizada uma pesquisa de arquivo em 2009 pela Universidade de Copenhagen sem sucesso.

No entanto, desde 2018, Ulla Mannering, pesquisadora do Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague e sua equipe, vêm estudando os têxteis da era viking. Como parte disso, recentemente eles examinaram os restos mortais de outro cemitério chamado Slotsbjergby e encontraram uma caixa com ossos humanos junto com tecidos - mas as descrições do cemitério não faziam menção de ossos sendo encontrados com tecidos associados.

"Fiquei intrigada com isso", disse Mannering. "Ficamos todos maravilhados com essa ideia", comemorou.

A desconfiança da pesquisadora ajudou a equipe a revelar o rótulo incorreto. Como o tipo de ossos e restos mortais correspondem exatamente aos que faltam ao conjunto até então desaparecido, assim como os tecidos, Mannering constatou que a questão pode ser considerada resolvida além de qualquer dúvida razoável. 

Restos mortais e objetos de viking 'perdidos' há mais de 100 anos reaparecem na Dinamarca (FOTO)

Os ossos provavelmente pertencentes a um homem adulto, continham artigos de sepultura caros, incluindo um tipo de pulseira como algemas, um fragmento de lã bordada e várias peças de tecido que eram aparentemente usadas como tornozeleiras. O corpo parecia estar vestindo calças compridas com decorações elaboradas. Isso sugere que a pessoa enterrada era um guerreiro talentoso ou um membro da nobreza ou mesmo da realeza, relatou o New Scientist.

"Não temos dúvidas de que essas devem ser as coisas que realmente pertenceram a Bjerringhoj", diz Mannering. Além disso, as pulseiras e tornozeleiras são muito semelhantes, diz Mannering. "Claro que não era o mesmo objeto, mas parece haver uma ideia geral de design", comparou. 

A descoberta ao acaso se repetiu 

Quando o cemitério viking foi encontrado originalmente, também foi por acaso. A história começou em 1868, perto da aldeia de Mammen, na Dinamarca. Um proprietário de terras local chamado Laust Pedersen Skomager recrutou fazendeiros locais para ajudá-lo arar o solo para plantio.

Durante os trabalhos encontraram uma câmara mortuária de madeira viking, agora chamada de Bjerringhoj. Os fazendeiros distribuíram os achados entre si e quando os acadêmicos chegaram ao local, tiveram que recuperar os restos mortais de seus novos "donos".

Porém, apenas em uma segunda escavação mais de um século depois, em 1986, confirmou o sepultamento como proveniente da Era Viking e datado de 970 ou 971 d.C., mas recuperou poucos artefatos novos.

A Era Viking, um período de conquistas pelos nórdicos, durou entre 793 e 1066. Durante essa época, os vikings estabeleceram assentamentos na Islândia, Irlanda, Ilhas Britânicas e Groenlândia, chegando até a América do Norte - que eles chamaram de Vinland -, Sicília e o Império Bizantino.

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