O protesto coincidiu com o anúncio do Reino Unido na quarta-feira (5) de que enviaria dois navios-patrulha da Marinha para perto da ilha, depois que a França deu a entender que poderia cortar o fornecimento de eletricidade para o local, segundo noticiou a Reuters.
Cerca de 50 barcos de pesca franceses que convergiram para a ilha para protestar contra as novas regras de acesso às suas águas começaram a voltar para casa, disse um dos pescadores à AFP.
"As autoridades de Jersey estão mantendo suas posições. Agora cabe aos ministros chegar a um acordo. Não vamos poder fazer muito", disse Ludovic Lazaro, baseado no porto francês de Granville, depois que seus colegas se reuniram com as autoridades locais.
Jersey recebe a maior parte de sua eletricidade da França por cabos submarinos e a ministra do Mar da França, Annick Girardin, ameaçou interromper o fornecimento de energia elétrica à ilha.
De acordo com informações divulgadas pela agência S&P Global Platts, a ilha, com uma população de 108 mil pessoas, importa da França 95% de sua eletricidade.
Franceses também enviam patrulhas
A França, seguindo os passos do Reino Unido, também enviou navios de patrulha marítima para as águas da ilha de Jersey, no canal da Mancha, nesta quinta-feira (6), enquanto fica mais tensa a disputa sobre os direitos de pesca pós-Brexit.
Pelo menos uma traineira francesa bloqueou o canal. Jersey emitiu 41 licenças deixando o governo de Paris descontente. A França considerou injustas as condições impostas unilateralmente, incluindo o tempo que os navios de pesca franceses poderiam passar nas águas de Jersey.
Um oficial da presidência francesa disse que o envio de navios de patrulha fala da preocupação e frustração da França, bem como do desejo "pela correta aplicação dos acordos", selados quando o Reino Unido deixou a UE. O site de rastreamento de navios marinetraffic.com mostrou um dos dois navios franceses, o Athos, localizado a aproximadamente 20 quilômetros a sudeste de Jersey.