Em uma derrota para o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que disse que bloquearia uma votação de secessão da Escócia, Sturgeon afirmou que seria absurdo que qualquer político em Londres tentasse bloquear uma votação.
"As únicas pessoas que podem dizer o futuro de Escócia são os escoceses, e nenhum político de Westminster pode ou deve se colocar no caminho", disse Sturgeon à emissora de televisão BBC.
A primeira-ministra Nicola Sturgeon afirma que um referendo sobre a independência da Escócia "é a vontade do povo". "De forma alguma o referendo pode ser descrito como uma demanda minha ou do SNP".
Os resultados de hoje (8) mostram que o Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) da primeira-ministra Nicola Sturgeon está no caminho para conseguir um quarto mandato consecutivo no território britânico, após obter 63 cadeiras dos 87 distritos cuja apuração já foi concluída. Ao todo, o Parlamento em Edimburgo possui 129 cadeiras.
No entanto, como o sistema eleitoral escocês aloca 56 cadeiras com base na representação proporcional, o que ajuda os partidos menores, isso significa que é pouco provável que o SNP obtenha a maioria absoluta, pois ficaria com um ou dois assentos a menos.
Na metade da apuração das eleições parlamentares de 2021, a escala da conquista do SNP está além da dúvida - 14 anos no governo e ainda chegando a 40% nas pesquisas, ganhando assentos de outros partidos e seguindo firme no caminho para um quarto mandato consecutivo no Executivo.
Por sua vez, o Partido Verde da Escócia, que também apoia a independência, deverá obter pelo menos meia dúzia de assentos, ao que tudo indica.
"Parece que não há dúvidas de que haverá uma maioria independentista no Parlamento escocês", disse Sturgeon. "Segundo qualquer padrão normal de democracia, essa maioria deve honrar o compromisso que assumiu com o povo escocês", acrescentou.
Boris Johnson, que de acordo com o governo britânico precisa aprovar um referendo para que ele seja considerado legal, já indicou diversas vezes que não permitirá a sua realização, e frisou que os escoceses apoiaram a permanência do território no Reino Unido em uma votação em 2014.
Por um lado, os nacionalistas escoceses argumentam que a vontade democrática está a seu lado, enquanto o governo britânico, por outro, diz estar ao lado da lei. Assim, é possível que a decisão final sobre um referendo seja definida nos tribunais.
"Se Boris Johnson, ou quem quer que seja o primeiro-ministro [do Reino Unido], tem algum respeito pela democracia escocesa, se unirá ao governo escocês, como aconteceu no período anterior a 2014, e chegará a um acordo [para permitir o referendo]", declarou Sturgeon.