Segundo a agência Reuters, um alto funcionário do governo afegão contou, sob condição de anonimato, que a maioria das vítimas eram estudantes que saíam da escola Sayed ul Shuhada.
O Ministério do Interior informou que 25 pessoas morreram e 52 ficaram feridas em uma explosão perto de uma escola para meninas no oeste de Cabul, esta tarde, mas acrescentou que a situação ainda pode mudar.
Imagens veiculadas pelo canal de televisão ToloNews mostram cenas caóticas na parte externa da escola, com livros e mochilas espalhados por um rua manchada de sangue, e gente desesperada tentando ajudar as vítimas.
"Foi a explosão de um carro-bomba que aconteceu em frente à entrada da escola", disse uma testemunha à Reuters, que pediu para não ser identificada. Ela assinalou que apenas umas sete ou oito pessoas não eram estudantes que retornavam para casa após o término das aulas.
A escola é um instituto misto para moças e rapazes, que estudam em três turnos, o segundo dos quais é apenas para meninas, segundo contou à Reuters Najiba Arian, porta-voz do Ministério da Educação do Afeganistão. Os feridos são, em sua maioria, alunas da escola, acrescentou.
Por sua vez, o porta-voz do Ministério do Interior, Tariq Arian, afirmou que ao menos 52 pessoas ficaram feridas na explosão.
Livro, cadarço, caneta, lenço, caderno [….] O que sobrou dos 31 alunos que encheram sua escola hoje [8].
Cabul está em alerta máximo desde que Washington anunciou no mês passado os seus planos para retirar todas as tropas norte-americanas do país antes de 11 de setembro. Desde então, os funcionários afegãos afirmam que os insurgentes do movimento talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) intensificaram seus ataques em todo o país. Contudo, nenhum grupo assumiu responsabilidade pela explosão de hoje (8).
O presidente Ghani condenou em comunicado o ataque à escola em Cabul e afirmou "que os talibãs, ao intensificarem sua guerra e violência ilegítimas, demonstram mais uma vez que não estão apenas relutantes em resolver a crise atual de forma pacífica e fundamental, mas estão complicando a situação".
Apesar de Ghani ter culpado os talibãs, o atentado aconteceu na zona oeste de Cabul, um bairro de maioria muçulmana xiita, que, durante anos, tem sido um alvo constante dos militantes do Daesh (grupo terrorista que também é conhecido como Estado Islâmico e proibido na Rússia e em outros países).
Por outro lado, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, negou o envolvimento do grupo e condenou o incidente.