Como San Marino está vencendo a guerra contra a COVID-19 graças à Sputnik V

San Marino, um pequeno país sem acesso ao mar, surpreendeu seus vizinhos europeus quando começou a retirar as restrições contra a COVID-19 no meio de abril deste ano, poucos meses após adquirir doses da vacina russa Sputnik V contra o novo coronavírus.
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O país pode ser um dos menores Estados europeus, mas está vencendo a batalha contra a pandemia graças à vacina russa. San Marino, cuja população tem cerca de 34 mil pessoas, viu os casos da doença chegarem a quase zero, apesar de no final de março ainda registrar uma média de 50 casos por dia e ter retirado diversas restrições no meio de abril. Mesmo com restaurantes, bares e museus abertos para receber clientes e visitantes, sem toque de recolher imposto, o número de novas infecções continua baixo.

As autoridades sanitárias de San Marino afirmam que a ampla vacinação com a Sputnik V é a principal razão para esse sucesso. O índice de vacinação da população adulta, com pelo menos uma dose, passa de 70% no país europeu. A campanha de imunização é a mais bem sucedida no continente.

A Sputnik V foi usada em 90% das aplicações em San Marino, de acordo com o governo local. "Uma queda repentina dos casos" foi observada a partir de um mês desde o início da vacinação no país, no final de fevereiro, mesmo com a chegada da variante britânica. Segundo o Instituto de Segurança Social de San Marino, o número de casos per capita no país é hoje 44 vezes menor do que a média da União Europeia (UE).

Em 6 de maio, com o sucesso da vacinação, o pequeno país fechou oficialmente a ala voltada à COVID-19 em seu principal hospital, uma vez que o último paciente testou negativo para a doença e recebeu alta.

Como San Marino está vencendo a guerra contra a COVID-19 graças à Sputnik V

Sputnik V na União Europeia

Em 19 de fevereiro, San Marino se tornou um dos primeiros países da Europa a aprovar a Sputnik V para uso emergencial, após Hungria e Montenegro. No caso da Hungria, as autoridades sanitárias foram as pioneiras do continente ao fechar um acordo de compra de 40 mil doses da vacina russa, ainda no início de fevereiro.

Apesar disso, San Marino foi o primeiro país da UE a vacinar quase toda a população-alvo com a vacina russa, contando ainda com uma pequena porcentagem de uso do imunizante da Pfizer/BioNTech – que teve atraso nas entregas.
Como San Marino está vencendo a guerra contra a COVID-19 graças à Sputnik V

O primeiro lote da Sputnik V chegou a San Marino no final de fevereiro, com 7,5 mil doses destinadas aos grupos prioritários. A vacina, com eficácia comprovada de 91,6% na prevenção de sintomas da COVID-19, ainda aguarda a autorização da UE para ser usada no bloco europeu, que luta para acelerar seu programa de vacinação.

Principais países do bloco enfrentam dificuldades na vacinação

De maneira geral, a UE não conseguiu atingir o objetivo de vacinar 80% de seus trabalhadores até o final de março. Hoje, Malta e Hungria são os países do bloco com as maiores taxas de vacinação, enquanto outras nações, como a França, seguem registrando milhares de casos do novo coronavírus diariamente.

Na Itália, país vizinho de San Marino, apenas 27% da população foi inoculada com pelo menos uma dose de vacina contra a COVID-19. O país segue com um toque de recolher noturno, mantendo fechadas as academias e os restaurantes sem espaços abertos.

Como San Marino está vencendo a guerra contra a COVID-19 graças à Sputnik V

Na França, 25% da população, de cerca de 68 milhões de pessoas, recebeu ao menos uma dose da vacina contra a COVID-19. A situação é semelhante na Alemanha, onde 32% dos habitantes estão vacinados com uma dose.

A UE aprovou até agora o uso de quatro vacinas contra o novo coronavírus: Oxford/AstraZeneca, Johnson & Johnson, Moderna e Pfizer/BioNTech.

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