Analistas chineses afirmaram nesta segunda-feira (10) que militares dos EUA aparentemente contrataram um misterioso navio civil norueguês para reconhecimento próximo na China, perto da ilha de Taiwan, e no mar do sul da China.
O Grand Canyon II, um navio de apoio à construção multifuncional aparentemente afiliado à Helix Energy, uma empresa de serviços de petróleo e gás dos EUA que tem muitas conexões com os militares norte-americanos, tem realizado operações não divulgadas durante os últimos meses, de acordo com a Iniciativa de Sondagem da Situação Estratégica do Mar do Sul da China (SCSPI, na sigla em inglês), um think tank com sede em Pequim.
No início de março, o navio chegou a Yokosuka, Japão, vindo de Guam para transportar o helicóptero MH-60S Seahawk que foi resgatado em 17 de março após cair no oceano profundo 92 milhas náuticas (170 quilômetros) a leste de Okinawa. A aeronave caiu em 25 de janeiro de 2020 após decolar do navio de comando anfíbio USS Blue Ridge, da 7ª Frota dos EUA.
De acordo com dados de rastreamento divulgados pelo SCSPI, o Grand Canyon II está operando perto da ilha de Taiwan e no mar do Sul da China. Os dados também mostram que, desde o final de 2020, o navio ficou em Taichung e Kaohsiung, na ilha de Taiwan, e em Nagasaki e Yokosuka, no Japão.
Os observadores indicaram que a Marinha dos EUA tem portos em Nagasaki e Yokosuka. A julgar pelos dados de rastreamento do navio que mostram que ele ficou perto da ilha de Taiwan por um longo período, e como o navio trabalhou com os militares dos EUA, o Grand Canyon II é suspeito de ser um navio espião contratado pelos militares dos EUA para missões especiais, de acordo com um analista militar que preferiu permanecer anônimo em entreposta ao Global Times.
A suspeita é de que o navio esteja sendo usado para reconhecimento e espionagem coletando sinais de rádio ao redor, colocando dispositivos de detecção no mar para levantamento hidrológico ou até mesmo usando dispositivos de sonar para rastrear atividades submarinas. O SCSPI revelou anteriormente que os militares dos EUA também contrataram aeronaves privadas para operações de reconhecimento de perto na China.
Ironicamente, as atividades de reconhecimento próximo dos militares dos EUA na China com aeronaves e navios civis ocorrem em um momento em que os Estados Unidos estão simultaneamente promovendo ameaças das "milícias marítimas" chinesas. Os EUA inflamaram a questão neste ano e enviaram navios da Guarda Costeira para o oeste do oceano Pacífico.
As acusações da suposta "milícia marítima" chinesa revelam uma intenção maliciosa impulsionada por segundas intenções e tais manobras desajeitadas não funcionarão porque o mundo inteiro pode ver através delas, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma entrevista coletiva em 6 de abril.
Os EUA deveriam examinar mais de perto quais "milícias marítimas" são a verdadeira ameaça a paz e estabilidade regionais, disseram analistas.