Sonda Voyager 1 detecta 'barulho' do espaço interestelar fora do Sistema Solar

A sonda Voyager 1 da NASA, que atualmente está longe dos limites do Sistema Solar, continua enviando sinais à Terra. Entre os dados recebidos, cientistas conseguiram identificar ondas de plasma – "barulho" constante do gás interestelar.
Sputnik

Estudando os dados da Voyager 1, os pesquisadores das Universidades Cornell e de Iowa, nos Estados Unidos, descobriram sinais fracos e persistentes em largura de banda de frequência estreita entre erupções de emissões solares. Os pesquisadores ligam este "barulho" às ondas de plasma, causadas pelas perturbações no gás interestelar, segundo estudo publicado na revista Nature Astronomy.

Este trabalho permite aos cientistas entender como o meio interestelar interage com o vento solar e como a bolha protetora da heliosfera do Sistema Solar é moldada e modificada pelo meio interestelar, de acordo com a astrônoma Stella Koch Ocker, que descobriu o "barulho".

Os pesquisadores destacaram que há mais atividade de nível baixo em gás interestelar do que se acreditava em quase um vácuo completo. Isso permite aos cientistas acompanharem a distribuição espacial do plasma, ou seja, quando não está perturbado por erupções solares.

"Nunca tivemos chance de avaliá-lo. Agora sabemos que não precisamos de um evento repentino relacionado ao Sol para medir o plasma interestelar", disse o cientista Shami Chatterjee. "Independentemente do que o Sol está fazendo, a Voyager está enviando os detalhes."

A Voyager 1 é uma das duas espaçonaves "irmãs" lançadas pela NASA há 44 anos, em 1977, e atualmente é o aparelho feito pelo homem mais distante no espaço. A sonda saiu dos limites do Sistema Solar através da heliosfera, a fronteira do Sistema Solar com o espaço interestelar, para o meio interestelar.

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