A declaração de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que o gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou em depoimento na CPI da Covid que o governo não respondeu às propostas de venda feitas pela farmacêutica.
O presidente, por sua vez, disse que o depoimento de Murillo havia mostrado que o Brasil atuou de forma correta na aquisição da vacina da Pfizer.
"Se eu compro [em 2020] e não é aplicado, faz o que depois? Vai jogar fora? O Pazuello acertou em tudo o que fez no ano passado. Obrigado, Renan Calheiros", afirmou Bolsonaro em sua live semanal.
'Garantia jurídica'
Segundo o presidente, o governo não poderia fechar contrato para adquirir um imunizante ainda em teste.
"Tínhamos impedimento. Não tínhamos garantia jurídica, tinha que passar pela Anvisa. É uma irresponsabilidade minha [...] simplesmente aceitar a importação de uma vacina que estava em teste ainda", disse.
A declaração contradiz as ações do próprio governo, que fechou contrato para a entrega da vacina de Oxford/AstraZeneca quando o imunizante ainda estava em fase de estudos. Diversos países do mundo fizeram acordos com farmacêuticas para compra de doses quando as vacinas ainda estavam em teste.
Bolsonaro afirmou ainda que a "CPI está ajudando politicamente o governo". Nesta quinta-feira (13), a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com pedido para que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello tenha o direito de permanecer calado durante o seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito.