O presidente Jair Bolsonaro cumpriu agenda nesta quinta-feira (13) no estado de Alagoas, o reduto político de Renan Calheiros, que é o relator da CPI da Covid no Senado, e governado por seu herdeiro, Renan Filho. A visita de Bolsonaro responde a um convite oficial do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), um dos principais adversários políticos da família Calheiros no estado, para inaugurar 500 casas de um conjunto residencial, informou o UOL.
Além do conjunto habitacional, o presidente participa de outras duas solenidades no estado, as inaugurações de um viaduto na capital e do trecho 4 do Canal do Sertão, que faz uma pequena transposição do rio São Francisco, no interior de Alagoas.
Durante o discurso na inauguração do conjunto habitacional em Maceió, Bolsonaro disse que o que está acontecendo na CPI da Covid "é um crime" e atacou Renan Calheiros, mas sem mencionar o nome do senador.
"Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no país. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI", afirmou, em aparente alusão a Renan Calheiros, que também foi chamado ontem (13) de "vagabundo" pelo senador Flávio Bolsonaro, durante a audiência da CPI para ouvir o ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, na condição de testemunha.
"Sempre tem alguém picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem [...] se quer fazer um show, tentando me derrubar, não o fará. Somente Deus me tira daquela cadeira", acrescentou Bolsonaro.
Renan Calheiros, por sua vez, se pronunciou durante a audiência desta quinta-feira (13) em Brasília e afirmou que a sua resposta era "aprofundar a investigação" da CPI da Covid. Além disso, Renan disse que a ida de Bolsonaro a seu estado "era uma evidente provocação a esta Comissão Parlamentar de Inquérito".
"Acabo de ser informado que Bolsonaro foi a Alagoas em avião presidencial inaugurar obra já inaugurada e me atacar pessoalmente e atacar essa CPI", afirmou o senador, em referência ao viaduto que foi inaugurado e parcialmente liberado para o trânsito pelo governo estadual em dezembro de 2020.
"Quero dizer, em resposta ao Presidente da República, que o que nos preocupa verdadeiramente é o número de mortes que aconteceu no Brasil. Por favor, pare com essa baixaria", frisou Renan em Brasília.