Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização, disse na sexta-feira (14) que a pandemia em 2021 poderá ser muito mais mortal do que em 2020, e comentou sobre as medidas a que deveriam ser tomadas.
A COVID-19 já custou mais de 3,3 milhões de vidas, e estamos no caminho para que o segundo ano da pandemia seja muito mais mortal do que o primeiro. Salvar vidas e meios de subsistência com uma combinação de medidas de saúde públicas e vacinação – não uma ou outra – é a única saída.
Um dos maiores desafios é a disponibilidade de vacinas nos países mais pobres e, como solução para este problema, o diretor da OMS sugere que, em vez de vacinar crianças, os países desenvolvidos compartilhem suas vacinas no âmbito do COVAX, o plano internacional de fornecimento de vacinas para países menos desenvolvidos.
Além disso, hospitais de países de média e baixa renda estão sendo inundados com pessoas que necessitam de assistência urgente. Apenas 0,3% das vacinas contra a COVID-19 chegam a esses países, observou Ghebreyesus.
Ele também sublinhou que em algumas partes do mundo a situação continua crítica, como na Índia, Nepal, Sri Lanka, Vietnã, Camboja, Tailândia e Egito. As Américas foram responsáveis por 40% de todas as mortes por coronavírus na última semana. Todos esses países estão sendo apoiados, acrescentou o diretor-geral da OMS.
Nacionalismo das vacinas
Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que em setembro de 2020 ele alertou sobre a ameaça do chamado "nacionalismo das vacinas", mas foi-lhe dito que estava sendo alarmista, e fez outra previsão semelhante em janeiro de 2021.
"Em janeiro, falei sobre a possível ocorrência de uma catástrofe moral. Infelizmente, estamos agora testemunhando isso a acontecer. Em um punhado de países ricos, que compraram a maior parte do fornecimento de vacinas, grupos de baixo risco estão sendo agora inoculados.
"Preciso ser franco: o mundo está à beira de uma falência moral catastrófica, e o preço deste fracasso será pago com vidas e meios de subsistência nos países mais pobres do mundo."
Como uma das soluções para o problema, ele pediu que a fabricação de vacinas fosse incentivada através do compartilhamento das tecnologias e conhecimentos necessários para isso.