De acordo com dados revelados até as 23h38 deste domingo (16) pelo Serviço Eleitoral (Servel), com 87,95% dos votos apurados, as coalizões do campo da centro-esquerda obteriam 52 cadeiras, enquanto os independentes somariam 48.
Por sua vez, os candidatos da coalizão governista do presidente Sebastián Piñera, e outros candidatos do campo da direita, seriam os grandes derrotados do pleito.
Segundo os dados do Servel, os candidatos da lista Vamos pelo Chile, que reúne partidos governistas e candidatos independentes da centro-direita, não chegaria a 40 assentos e ficaria bastante distante dos 52 necessários para obter um terço da Constituinte.
"Os eleitores enviaram uma mensagem forte e clara ao governo e às forças políticas tradicionais, de que não estamos sintonizados adequadamente com as demandas e os anseios da população", disse Sebastián Piñera.
O presidente Sabastián Piñera realiza o encerramento de um dia histórico para o Chile.
Além disso, o presidente declarou que o resultado ruim de sua coalizão, e dos candidatos da direita, em comparação com os partidos de oposição e, principalmente, com os independentes, mostra que a população chilena deseja novas lideranças.
"As pessoas nos desafiam e buscam novas expressões e novas lideranças, e é nosso dever como governo ouvir com humildade e atenção essa mensagem, e se esforçar para fazer tudo o que for necessário para interpretar essas demandas", acrescentou.
A Assembleia Constituinte começará a funcionar ainda este ano e será responsável por redigir a nova carta magna de Chile, que substituirá a atual promulgada em 1980, durante o regime ditatorial do general Augusto Pinochet.
De acordo com o regimento da Constituinte, cada norma deverá ser aprovada por dois terços dos 155 legisladores, por isso é de vital importância que as forças políticas tenham pelo menos um terço das cadeiras.
A votação para a Assembleia Constituinte aconteceu durante dois dias, sábado (15) e domingo (16), e fez parte da chamada "megaeleição", devido à grande quantidade de cargos em disputa, com 345 prefeitos, 2.252 vereadores, 16 governadores regionais e 155 deputados constituintes.
De acordo com a determinação do Serviço Eleitoral, primeiro serão apurados os votos dos candidatos à Assembleia Constituinte, seguido por governadores, prefeitos e, por último, os vereadores.