Embaixadora do Marrocos chamada ao MRE da Espanha após 6 mil imigrantes entrarem em Ceuta

Embaixadora do Marrocos na Espanha disse que há "atitudes que não podem ser aceitas", fazendo referência não explícita à decisão da Espanha em prestar cuidados médicos ao líder da Frente Polisário.
Sputnik

Nesta terça-feira (18), a embaixadora do Marrocos na Espanha, Karima Benyaich, garantiu que nas relações entre países "há atos que têm consequências e devem ser assumidos" e que há "atitudes que não podem ser aceitas", disse a embaixadora citada pela agência Europa Press.

As declarações de Benyaich são proclamadas depois que nas últimas 24 horas mais de seis mil imigrantes, na maioria marroquinos, atravessaram a fronteira entre o Marrocos e a cidade autônoma espanhola de Ceuta. As autoridades marroquinas retiraram a vigilância policial de seu lado da fronteira, e assim o local estava livre para o ingresso no território espanhol de até 500 pessoas por hora.

Benyaich foi chamada de forma urgente pela ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha Gonzáles. A embaixadora chamou a rapidez de "incomum" e afirmou que não descarta que seu governo também a chame para consultas nas próximas horas.

A crise diplomática entre o Marrocos e a Espanha começou há três semanas, quando se tornou público que o líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, de 72 anos, foi internado em hospital espanhol para tratar um câncer e infecção por coronavírus. O acolhimento humanitário não foi comunicado pela Espanha e o Marrocos manifestou seu descontentamento.

Rabat mantém um conflito latente há décadas com a Frente Polisário, movimento político que reivindica a independência do Saara Ocidental. O território foi ilegalmente anexado pelo Marrocos, segundo a ONU, quando alcançou a independência da Espanha em 1975. Na verdade, o cessar-fogo mantido por ambos os lados desde 1991 foi quebrado em novembro passado, quando as hostilidades recomeçaram.

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