De acordo com a imprensa colombiana, o grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecido como Segunda Marquetalia, informou em um comunicado que Santrich foi atacado pelos agentes colombianos quando se deslocava em uma caminhonete em território venezuelano.
"As tropas colombianas foram enviadas para lá [Venezuela] por ordem direta do presidente Iván Duque. A caminhonete, onde o comandante [Santrich] estava, foi atacada com granadas e [disparos de] rifles automáticos [...] Os assassinos deceparam o dedo mindinho de sua mão esquerda [...] As forças especiais [colombianas] retornaram à Colômbia em um helicóptero amarelo", afirmou o grupo dissidente em comunicado.
Mais cedo, o ministro da Defesa da Colômbia escreveu no Twitter que Bogotá estava trabalhando para confirmar se Santrich havia sido morto na Venezuela.
Informação de inteligência aponta que, em supostos enfrentamentos ocorridos ontem [17] na Venezuela, teria morrido o indivíduo conhecido com Santrich e outros delinquentes. A informação está sendo verificada. Se for confirmada, isso comprova que os criminosos do narcotráfico estão se refugiando na Venezuela.
Em abril, Molano acusou o Exército venezuelano de atuar como cúmplice dos grupos armados ilegais colombianos, que incluem dissidentes das FARC, e que esse apoio é um dos principais responsáveis pela violência que fez com que milhares de pessoas atravessassem a fronteira em busca de refúgio.
O governo Venezuelano, por outro lado, iniciou em 21 de março o que chamou de operação "Escudo Bolivariano 2021" contra os chamados "grupos irregulares colombianos", na fronteira com o país vizinho. Segundo o Ministério da Defesa da Venezuela, esse grupos se dedicam "ao narcotráfico, ao sequestro e à extorsão" e "declararam guerra ao Estado venezuelano".
Santrich era um dos principais líderes das FARC durante as negociações que resultaram no acordo de paz que desmobilizou a guerrilha e a transformou em partido político. Contudo, diversas ex-lideranças do antigo grupo revolucionário, entre elas Santrich e Iván Márquez, decidiram voltar às armas para recuperar o antigo projeto da guerrilha e formaram a Segunda Marquetalia.
Este, no entanto, não é o único grupo dissidente das FARC que atua na região, já que a Frente 1, comandada por Gentil Duarte, opera no local desde que protagonizou uma cisão com a guerrilha antes da assinatura do acordo de paz.