Fósseis de nova espécie de lagarto marinho gigante são encontrados no Marrocos

Em um estudo, recentemente publicado na revista Cretaceous Research, uma equipe de pesquisadores revelou as características de uma nova espécie de mosassauros (lagartos marinhos extintos) descoberta no Marrocos.
Sputnik

Ao todo, foram encontrados dois crânios completos e mandíbulas, suficientes para determinar que se tratavam de fósseis de uma nova espécie denominada Pluridens serpentis.

De acordo com os cientistas, a espécie viveu durante o período Cretáceo e estava "florescendo" do ponto de vista evolutivo quando foi aniquilada junto a maioria das espécies da Terra, pelo impacto de um colossal asteroide há 66 milhões de anos.

"A diversidade destes fósseis é assombrosa. Os mosassauros estavam alcançando seu ponto máximo quando foi extinguido [...]. Não encontramos nenhuma evidência de que este grupo estava tendo problemas. Do ponto de vista evolutivo, estavam tendo êxito, porém, não estavam preparados para um asteroide", afirmou Nick Longrich, paleontólogo do Centro Milner para Evolução da Universidade de Bath, no Reino Unido.

O Pluridens serpentis tinha mandíbulas largas e afiadas com diversos dentes pequenos em forma de gancho para agarrar presas pequenas como peixes e lulas.

Além disso, a espécie tinha olhos pequenos, sugerindo que dispunham de uma visão ruim. No entanto, seu focinho contava com diversas aberturas para os nervos, indicando uma possível capacidade de caçar ao detectar os movimentos da água e das mudanças de pressão.

​Uma excelente ilustração do recém-descoberto Pluridens serpentis (muitos dentes) por Andrey Atuchin. O Pluridens serpentis foi descrito pelo dr. Nick Londrich enquanto o gênero foi nomeado por Lingham Soliar em 1998. Três espécies são conhecidas, enquanto o Pluridens serpentis foi descoberto no Marrocos.

"Em geral, quando os animais desenvolvem olhos pequenos, é porque dependem mais de outros sentidos [...]. O fato de a espécie ter tantos nervos no focinho pode significar que usava mudanças na pressão da água para detectar animais em condições de pouca luz, seja à noite ou em águas profundas e escuras", explicou.

Além disso, o especialista explicou que a espécie provavelmente usava sua língua para caçar, assim como as serpentes.

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