As frotas da Marinha dos Comandos de Teatro de Operações Norte, Sul e Oriental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China realizaram exercícios separados de fogo real nos últimos dias, informou a reportou a Televisão Central da China (CCTV, na sigla em inglês), citada nesta terça-feira (18) pelo jornal South China Morning Post.
Esse conjunto de exercícios militares é o segundo dessa magnitude em pouco mais de um mês, com observadores apontando essa atividade como parte dos esforços chineses para conter os desafios militares dos EUA.
Não se sabe exatamente quando e onde os exercícios foram realizados, mas a mídia estatal afirmou que os Comandos realizaram exercícios militares como parte de "um teste abrangente da capacidade operacional geral de uma formação naval no contexto de um combate real".
O exercício do Comando de Teatro Oriental, que supervisiona o mar da China Oriental e o estreito de Taiwan, contou com destróieres de mísseis guiados Type 052D, bem como a fragata Type 054A. A corveta Type 056A foi utilizada pelo com o Comando de Teatro Norte, que supervisiona o mar de Bohai e o mar Amarelo. Por fim, uma formação naval das corvetas Type 056A participou de um treinamento conjunto em defesa antimísseis e ataque marítimo com o Comando de Teatro Sul.
Reforço nos exercícios militares
A Marinha do ELP iniciou seu programa de treinamento anual em abril e, desde então, tem realizado dois exercícios com fogo real por frotas ligadas a diferentes Comandos de Teatro, enquanto Pequim busca criar uma força militar pronta para o combate diante da crescente pressão militar dos EUA sobre o estreito de Taiwan e o mar do Sul da China.
"O objetivo de aprimorar o treinamento de combate é treinar e se preparar para a guerra […]. Não se trata apenas do aumento das tensões no estreito de Taiwan, mas também do endurecimento da política anti-China de Washington. As tensões nas relações sino-americanas podem explodir em várias frentes e o ELP precisa estar preparado para conflitos militares", afirma Song Zhongping, comentarista militar baseado em Hong Kong e ex-instrutor do ELP.
Song acrescenta que a união de três marinhas do ELP para treinamento de ataque de fogo se tornaria mais "comum" em meio aos crescentes desafios dos EUA.
"As tensões nas relações sino-americanas podem explodir em várias frentes e o ELP precisa estar preparado para conflitos militares", conclui o especialista.