De acordo com a declaração do general, publicada neste sábado (22) como parte de uma entrevista ao jornal francês Le Figaro, o futuro cenário internacional girará em torno do impasse entre Pequim e Washington, no qual todos os Estados terceiros terão que escolher um lado, algo que nem a França, nem a Europa têm interesse.
"Embora não se trate de questionar nossa relação com os EUA, que é de vital importância, não devemos nos permitir ser arrastados para o confronto que ameaça se desenrolar entre a China e os EUA", disse Lecointre.
O general também mencionou as preocupações das nações do Leste Europeu com o rearmamento da Rússia, já que Moscou, em sua opinião, junto com Pequim, está se tornando um rival cada vez mais perigoso tanto no espaço quanto no mar.
"Este confronto é perigoso", acrescentou.
Lecointre disse ainda que Moscou está tentando enfraquecer o modelo democrático ao atuar no domínio das tecnologias digitais e afirmou que a presença da Rússia, Turquia ou China na África é preocupante e desestabilizadora.
China e Rússia, por sua vez, defendem que a era da hegemonia norte-americana acabou e que o mundo precisa caminhar em direção a um modelo multilateral.