Uma equipe de pesquisadores na Índia descobriu duas novas espécies de bactérias nas fezes de uma cobra presente em vários países asiáticos, e que se chegarem ao contato humano, podem causar doenças graves difíceis de curar, de acordo com o portal NDTV.
A pesquisa foi realizada por cientistas da Faculdade Shri Shiv Chhatrapati em conjunto a outras organizações acadêmicas.
A cobra estudada é do gênero Ahaetulla nasuta, conhecida popularmente como cobra-trepadeira, uma espécie levemente venenosa. Em suas fezes, os especialistas encontraram duas superbactérias da família Planococcaceae, e dada sua ampla resistência e alta taxa de transmissibilidade, esses microrganismos podem representar perigo para saúde humana.
Outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato das bactérias serem resistentes a 35 tipos diferentes de antibióticos, o que as tornariam ainda mais difíceis de superar caso uma pessoa se contagie.
"A bactéria aqui relatada pertence à família Planococcaceae e algumas espécies dessa família são patogênicas por natureza, por isso é importante identificar as bactérias em cobras porque podem causar doenças infecciosas", disse o dr. Ravindra Chaudhari, um do autores do estudo citado pela mídia.
De acordo com os pesquisadores, se contraídos, esses microrganismos podem causar celulite, necrose dos tecidos, gangrena dos dedos das mãos/pés ou fasciíte necrosante extensa.
Nesses casos, a medicação mais indicada é, justamente, os antibióticos, mas diante da resistência das bactérias a essa droga, ainda não existe tratamento para tal, e por isso sua contração pode ter consequências tão severas.
Os autores lembram que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou recentemente que 70% das doenças infecciosas têm sua origem devido a microrganismos da vida selvagem.
"Recentemente, foi observado que as cobras krait chinesa e a naja podem ter sido a fonte original do coronavírus. Quando os pesquisadores realizaram uma análise bioinformática mais detalhada da sequência de 2019-nCoV, ficou sugerido esse fato", disse o dr. Chaudhari.
O pesquisador acrescenta que "é melhor começarmos uma pesquisa nessa direção e fazer alguns medicamentos antibióticos" antes que seja tarde demais.