"O bloqueio dos EUA sobre Cuba impede, principalmente, que as mulheres desfrutem plenamente de seus direitos. Queremos que as próximas gerações não tenham que viver o que viveram 78% das meninas e mulheres cubanas nas últimas seis décadas da história do país", afirmou Gentili nesta terça-feira (25).
"Agradeço à Oxfam por seu compromisso, solidariedade e legitimidade para abordar um tema que afeta a nós, cubanos e cubanas, em especial as mulheres", disse Joel Suárez, coordenador do Centro Memorial Dr. Martin Luther King Jr. em Cuba, a propósito do novo relatório "Direito a viver sem bloqueio".
A organização internacional Oxfam denuncia em seu relatório os efeitos negativos das sanções impostas por Washington, que "têm impacto na vida cotidiana das populações cubanas mais vulneráveis, afetam suas famílias e meios de vida, obstaculizam o desenvolvimento das capacidades e de projetos próprios, e limitam o avanço para uma sociedade mais justa e equitativa".
"Nos últimos 60 anos, muitas gerações se viram afetadas pela distância, mesmo estando muito próximas de seus filhos, de sus pais; um efeito psicológico que fez com que mães e irmãs, pais e avós, não tivessem a oportunidade de viver junto de seus familiares", frisou Gentili.
"Está em suas mãos [de Biden] reverter as medidas adotadas por seus antecessores, ampliando e diversificando o alcance de uma nova aproximação entre os dois países, e trabalhar com o Congresso [dos EUA] para chegar, finalmente, à suspensão definitiva do bloqueio", afirma a Oxfam em seu relatório.
78% das mulheres e meninas cubanas nasceram sob o impacto do bloqueio dos EUA contra Cuba, detalhou Elena Gentili, representante da Oxfam em Cuba, durante coletiva de imprensa sobre a apresentação do relatório "Direito a viver sem bloqueio".
O documento apresentado pela Oxfam acrescenta que o bloqueio econômico, comercial e financeiro que Washington impõe à Havana desde 1962, "aprofunda a crise econômica, dificulta o acesso a fornecedores de medicamentos, tecnologias, alimentos e outros produtos de primeira necessidade".
Além disso, a organização denuncia que, entre as mais de 240 sanções impostas sobre Cuba durante o governo do ex-presidente Donald Trump, 55 foram implementadas dentro do contexto da pandemia de COVID-19.