EUA estão perdendo influência militar sobre Egito para Rússia e França, diz mídia norte-americana

O portal Defense News avisa que desde que Washington impôs restrições ao Cairo devido a preocupações com violação de direitos humanos, o Egito virou suas compras para França e Rússia.
Sputnik

A compra egípcia de caças franceses Rafale F3-R representa uma virada militar do Cairo em direção a Paris e Moscou, e de afastamento de Washington, crê um artigo de terça-feira (25) no portal Defense News.

A venda, anunciada em 4 de maio, aumenta a frota dos caças de quarta geração do Egito para 54, depois que em 2015 o país se tornou o primeiro cliente estrangeiro para a França.

O Defense News explica que "a última grande venda de aeronaves americanas para o Egito veio em 2010, com a transferência de 20 [caças] F-16C". Após a Primavera Árabe em 2011, que levou à eleição do presidente Mohammed Morsi, mas seguida pela tomada de poder por Abdel-Fattah el-Sissi em 2013, a administração do presidente norte-americano Barack Obama (2009-2017) congelou muitas vendas de aeronaves, tanques e mísseis por dois anos devido a tais violações de "direitos humanos".

Desde então, Egito comprou da Rússia 50 caças MiG-29M, e 24 a 31 caças Su-35 de superioridade aérea em 2018, com o último passo podendo levar a sanções norte-americanas, adverte o portal. O arsenal egípcio dos Rafale F3-R franceses também pode chegar a uma frota de 72 a 100, se for incluída a futura variante F4.

Além disso, Egito adquiriu o S-300VM, "um dos sistemas de defesa antiaérea mais formidáveis da Rússia", bem como dois navios de assalto anfíbio da França, e os equipou com 46 helicópteros de ataque Ka-52 russos.

Por fim, a fatia dos EUA nas importações militares do Egito caiu de 47% no período de 2009-2014 para 14% em 2015-2020, diz a mídia, citando dados do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).

"Isso priva Washington de uma variedade de benefícios diplomáticos, de segurança e de base de inovação da defesa, que em vez disso vão para outros países, incluindo os adversários", apontam os autores do artigo, comentando que se trata de uma vantagem da Rússia e da China.

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