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COVID-19: médico explica razões que levaram a Pfizer a retardar testes de vacina em grávidas

Na terça-feira (25), foram iniciados no Brasil testes em grávidas com a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. Para discutir o assunto, a Sputnik Brasil ouviu o médico Sylvio Provenzano, que explicou os riscos da doença em gestantes.
Sputnik

Os testes conduzidos pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech contarão com 200 voluntárias maiores de 18 anos com o objetivo de avaliar a segurança do imunizante para as gestantes e os bebês. Além disso, a possível transferência de anticorpos para os recém-nascidos, que serão testados e observados ao longo de seis meses, também será avaliada.

Conforme publicou o portal G1, o estudo no Brasil faz parte de uma pesquisa mundial das farmacêuticas que testa, desde fevereiro deste ano, cerca de 4.000 mulheres com gestações entre a 24ª e a 34ª semana. A pesquisa brasileira será realizada no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e no Centro Multidisciplinar de Estudos Clínicos de São Bernardo do Campo e de Sorocaba.

O médico Sylvio Provenzano, ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), explica que os testes estão sendo realizados apenas agora devido às preocupações de segurança em relação às gestantes. Além disso, diz Provenzano, as grávidas são parte do grupo de risco da doença.

"Quando a gestante é infectada por esse vírus SARS-CoV-2 - caso ela venha a ter - ela tem um risco maior de desenvolver uma forma grave da doença. A própria situação da gestação, principalmente no terceiro trimestre, devido ao aumento de volume do útero [...], que comprime, pela distensão do abdome, o diafragma, provoca uma certa dificuldade respiratória", explica o médico em entrevista à Sputnik Brasil.

Essa situação de compressão do diafragma coloca as gestantes em maior risco diante da COVID-19, explica o ex-presidente do CREMERJ.

"Isso faz com que a COVID-19, nesse grupo especial, as grávidas, possa ter um maior risco de óbito", diz.

O especialista esclarece também que ainda não há informações que apontem que a doença possa ser transmitida durante a gravidez para a criança, apesar de que a o bebê também corre risco de morte caso a gestante contraia a COVID-19. Devido ao alto risco, explica o médico, houve uma orientação ainda no início da pandemia para que profissionais de saúde gestantes fossem afastadas da linha de frente.

COVID-19: médico explica razões que levaram a Pfizer a retardar testes de vacina em grávidas

Provenzano lembra ainda que um caso recente de falecimento de uma grávida após ser vacinada com a vacina da AstraZeneca fez com que a vacinação de grávidas com esse imunizante fosse interrompida no Brasil.

A gestante era uma mulher de 35 anos, que faleceu no dia 10 de maio junto com o feto. Após o caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decretou que o país vacinaria apenas grávidas e puérperas com comorbidades.

"Recentemente tivemos a informação de uma gestante no quinto mês de gravidez, que ao ser vacinada pela vacina da AstraZeneca, teria desenvolvido um quadro de trombose grave e que veio, infelizmente, a falecer. Por essa razão, foi interrompida a vacinação com a vacina da AstraZeneca em grávidas até que se tivesse um parecer melhor se houve de fato uma correlação, como parece ter havido, entre a vacina e o evento fatal. A recomendação para grávidas é vacinar-se com a vacina CoronaVac ou a da Pfizer", conclui.
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