Peixes serão únicos a sobreviver ao aquecimento global? Nova descoberta de fósseis explica (FOTOS)

Nova pesquisa de fósseis de peixes marinhos no Deserto Oriental Africano, no Egito, forneceu imagens de um ecossistema durante um evento de aquecimento extremo, e pode dar mais informações sobre o futuro.
Sputnik

O Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno (PETM, na sigla em inglês) foi um intervalo curto de temperaturas extremamente elevadas há 56 milhões de anos que com frequência é descrito como o melhor análogo antigo do aquecimento global atual.

Os peixes estão entre os organismos mais sensíveis às alterações climáticas. As temperaturas tropicais de superfície do mar durante o PETM provavelmente se aproximaram das temperaturas que são letais para algumas espécies de peixes marinhos modernos.

Peixes serão únicos a sobreviver ao aquecimento global? Nova descoberta de fósseis explica (FOTOS)
No entanto, a descoberta recente de fósseis de peixes em um local no Deserto Oriental Africano sugere que os peixes marinhos prosperaram pelo menos em algumas áreas tropicais durante o PETM, segundo novo estudo publicado na revista Geology.

A pesquisa fornece imagens de um ecossistema durante um evento de aquecimento extremo e pode dar mais informações sobre o futuro.

A coleção de fósseis recentemente descoberta, conhecida como Ras Gharib, foi escavada no Deserto Oriental Africano no Egito, a uma distância de cerca de 321 quilômetros da capital, Cairo. Os fósseis fornecem a primeira imagem clara sobre a diversidade de peixes marinhos nos trópicos durante o PETM.

Entre os fósseis encontrados estão os do grupo chamado Percomorph acanthomorphs, que inclui os peixes bluegill, picão-verde e tantos outros. Esses são os mais diversos tipos de peixes de Ras Gharib.

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Os cientistas revelam que enquanto os peixes marinhos da área prosperaram durante o PETM, os ecossistemas de recifes de corais foram praticamente eliminados em baixas latitudes, ao mesmo tempo que moluscos e caracóis mostraram uma resposta silenciosa ao evento, e alguns tipos de plânctons parecem ter diversificado.

"Os impactos nos ecossistemas envolvem a interação de múltiplos grupos", disse o paleontólogo Matt Friedman. "A sobrevivência de um grupo em isolamento não deve ser considerada uma evidência de que a mudança climática é algo a ser ignorada."

Além disso, os pesquisadores destacam que enquanto o PETM é o melhor análogo do aquecimento global atual, a comparação ainda é imperfeita.

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