O elevado número de corpos decapitados do século III encontrados em um assentamento rural de suprimentos militares em Somersham, Cambridgeshire, no Reino Unido, chamou a atenção de arqueólogos da Universidade de Cambridge. No total, em 17 dos 52 túmulos que continham restos mortais os corpos foram encontrados sem cabeça, entre os três cemitérios escavados.
De acordo com as análises publicadas na Cambridge University Press, várias das pessoas decapitadas estavam ajoelhadas quando foram atingidas pelas costas com uma espada. A arqueóloga Isabel Lisboa aponta que 33% das ossadas encontradas eram de pessoas executadas, em comparação com a média de 2,5% a 6% na maioria dos cemitérios romanos britânicos.
Corpos sem cabeça de Somersham foram vítimas de execuções romanas.
A especialista confirmou que os restos mortais datam de uma época de crescente instabilidade para o Império Romano, quando as punições legais se tornaram mais severas.
"O número de crimes capitais dobrou no século III e quadruplicou no século IV", disse Lisboa. "Como faziam parte do exército romano, direta ou indiretamente, a severidade das punições e a aplicação da lei romana teriam sido mais severas nos assentamentos de Somersham", detalhou ela.
Um grupo de corpos decapitados descobertos em um cemitério em Cambridgeshire foram provavelmente vítimas de execuções militares romanas, dizem os arqueólogos.
As cabeças dos decapitados foram enterradas ao lado dos pés ou da parte inferior das pernas. Pelo menos um dos executados – uma mulher idosa encontrada de bruços – parece ter sido torturada imediatamente antes da morte ou mutilada depois.
A "falta de relações genéticas" entre os corpos sugere que eles estavam no serviço militar ou eram escravos. A unidade de arqueologia da Universidade de Cambridge escavou o local em Somersham conhecido como Knobb's Farm entre 2001 e 2010, antes da extração de cascalho feita pela construtora britânica Tarmac Trading.