OTAN diz que continuará treinando forças de segurança do Afeganistão após retirada de tropas do país

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, afirmou que a OTAN apoiará militares afegãos de diversas formas, inclusive fora do país, e anunciou restrições a responsáveis belarussos.
Sputnik

A OTAN continuará apoiando militares do Afeganistão após a retirada de suas tropas do país, disse na segunda-feira (31) Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN.

"Decidimos reduzir nossa presença militar no Afeganistão a zero, mas vamos intensificar o apoio em outras áreas, manter uma presença civil, aumentar o potencial das forças de segurança afegãs, financiá-las, conduzir treinamento, inclusive fora do país", referiu ele em coletiva de imprensa antes das reuniões entre os ministros da Defesa e das Relações Exteriores da OTAN.

Em meados de abril, Joe Biden, presidente dos EUA, anunciou que a retirada dos militares norte-americanos do Afeganistão começaria em 1º de maio e seria concluída até 11 de setembro, enquanto o acordo alcançado com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) pela administração anterior estabelecia o dia 1º de maio como data limite para a retirada.

O secretário-geral da OTAN também anunciou a restrição de acesso à sua sede para cinco responsáveis da Belarus, após a decisão de Minsk em 23 de maio de desviar um avião de passageiros da Ryanair para a capital belarussa.

"Decidimos restringir o acesso do pessoal belarusso à sede da OTAN com base em nossa avaliação das medidas de segurança na sede", disse Stoltenberg.

Os oficiais belarussos poderão ainda entrar no complexo da sede da OTAN em Bruxelas, Bélgica, mas somente como visitantes, não com seus crachás habituais de delegados, privando-os do acesso a algumas áreas.

Em 23 de maio os controladores de voo belarussos informaram a tripulação de um avião da companhia aérea Ryanair sobre uma suposta ameaça de bomba, e os instruíram a pousar em Minsk. O blogueiro Roman Protasevich, que estava a bordo, foi preso pelas autoridades locais por administrar um canal do aplicativo de mensagens Telegram com conteúdo considerado extremista na Belarus.

Stoltenberg chamou o evento de "sequestro de Estado".

Jens Stoltenberg abordou igualmente a questão de suposta espionagem realizada pela Dinamarca contra outros Estados europeus, em conluio com os EUA.

"A OTAN como organização não está envolvida, portanto, não cabe à OTAN entrar nessas questões. Espero que os aliados envolvidos sentem juntos e encontrem maneiras de estabelecer os fatos e lidar com estas questões", disse.

No domingo (30), a emissora dinamarquesa DR e outros veículos de imprensa europeus relataram, citando suas investigações, que o Serviço de Inteligência de Defesa da Dinamarca forneceu à Agência de Segurança Nacional dos EUA documentos para ajudar a agência norte-americana a espionar as mais altas autoridades europeias, incluindo Angela Merkel, chefe de Estado da Alemanha, de 2012 a 2014.

Comentar