A emissora estatal dinamarquesa Danmarks Radio revelou no domingo (30) que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA cooperou com o Serviço de Informação de Defesa Dinamarquês para espionar políticos de alto escalão da Suécia, Noruega e França de 2012 a 2014, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro das Relações Exteriores do país, Frank‑Walter Steinmeier.
"Confirmo que todos espionam todos, incluindo seus aliados", comentou Legay.
"Em 2003, os serviços secretos britânicos espionavam a Bélgica, e é engraçado ver que a espionagem do Reino Unido ficou conhecida em 2010, quando os britânicos acusaram a Rússia de espionagem contra eles", disse o professor, afirmando que os serviços da Grã-Bretanha hackearam o roteador do operador telefônico nacional da Bélgica.
"Os EUA e a Rússia também foram hackeados. França, por exemplo, hackeia os Estados Unidos. Já sem mencionar os israelenses, que são campeões nesse assunto", concluiu o especialista.
O envolvimento norte-americano na espionagem detectada nos cabos subaquáticos dinamarqueses no início era vago. "Hoje isso parece ser verdade, mas provar qualquer envolvimento de acordo com o direito penal é praticamente impossível", constatou o professor.
Os países europeus vão sem dúvida protestar e ameaçar os americanos no nível oficial, considera ele.
"O mais difícil será encontrar provas. É muito difícil identificar a pessoa responsável. Não há lei que resolva tais disputas", conforme o especialista.
A espionagem da Dinamarca e dos Estados Unidos a líderes europeus é apenas a ponta do iceberg, a situação é mais grave, declarou recentemente a representante oficial do MRE russo, Maria Zakharova.
Já o ministro encarregado dos Assuntos Europeus da França, Clement Beaune, se mostrou preocupado caso se prove que os relatos são verdadeiros. "É extremamente sério, precisamos ver se nossos parceiros na UE, os dinamarqueses, cometeram erros ou falhas em sua cooperação com serviços americanos", disse.