Neste sábado (5), durante uma coletiva de imprensa via Zoom, o embaixador do Brasil na Rússia, Tovar da Silva Nunes, respondeu às perguntas de jornalistas em relação ao assunto.
Quando perguntado o porquê da demora de decisão positiva em relação à importação e uso da vacina russa no Brasil, o embaixador disse se tratar de um "procedimento normal", não vendo quaisquer motivos políticos da mesma. Ele frisou que a Anvisa precisava se certificar que recebeu informações completas sobre o imunizante antes de aprovar seu uso, devido ao nível de complexidade do mesmo.
Nunes destacou que, na questão de vacinas, "não há espaço para interferência política".
O embaixador acrescentou que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seu colega russo, Vladimir Putin, mantêm "boas relações pessoais".
O representante oficial do Brasil também foi perguntado sobre a atitude geral da população em relação à Sputnik V. O embaixador disse que os brasileiros confiam no imunizante russo, destacando o longo histórico da União Soviética e da Rússia no quesito de produção de vacinas. O embaixador lembrou ainda a alta eficácia do imunizante (91,6%), citando o estudo publicado na revista Lancet.
Tovar da Silva Nunes disse também acreditar que, além da Sputnik V, o Brasil pode ter interesse em outros imunizantes russos contra o coronavírus.
O embaixador concluiu a coletiva falando sobre planos de expansão da produção da Sputnik V no Brasil e sua posterior exportação para outros países do continente. Ele recordou também que o fabricante da vacina no Brasil, a União Química, planeja lançar pelo menos 8 milhões de doses do imunizantes por mês.
A Sputnik V já foi aprovada em 66 países, ocupando a segunda posição mundial em aprovações por reguladores estatais. A vacina tem uma eficácia de 97,6%, com base na análise dos dados de 3,8 milhões de russos vacinados, de acordo com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI) e o Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.