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Medicina nuclear do Brasil recebe grande avanço com isótopos promissores da corporação russa Rosatom

Logotipo da corporação estatal russa Rosatom
Nesta semana, os lados russo e brasileiro celebraram um novo contrato que prevê entregas dos isótopos médicos mais promissores na indústria farmacêutica nuclear do Brasil – Lu-177 e Ac-225.
Sputnik

Isotope – fornecedor oficial de isótopos e parte integrante da Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom – assinou um novo contrato de cinco anos com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares do Brasil (IPEN), um departamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

"Esse contrato é o resultado de muitos anos de trabalho escrupuloso de ambos os lados. Ele tem um importante significado social, já que abre novas possibilidades para o tratamento de milhares de pacientes [...] A cooperação com o IPEN/CNEN é um exemplo da cooperação internacional destinada à introdução de altas tecnologias no tratamento de oncologia em todo o mundo", comentou a CEO da Rusatom Healthcare, Natalia Komarova.

O acordo estipula remessas mensais de isótopos lutécio-177 e actínio-225 ao Brasil. Acreditando-se que sejam promissores na indústria farmacêutica nuclear, as referidas variantes de elementos químicos receberam a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para posterior registro do radiofármaco DOT-IPEN-177, fabricado pelo IPEN/CNEN.

Segundo avaliações dos cientistas que trabalham no desenvolvimento de remédios modernos, os medicamentos com lutécio-177 demonstram alta eficácia na terapia dirigida de uma série de doenças oncológicas, como câncer do pulmão, formas do câncer da próstata e tumores neuroendócrinos, entre outras.

Medicina nuclear do Brasil recebe grande avanço com isótopos promissores da corporação russa Rosatom
Medicina nuclear do Brasil recebe grande avanço com isótopos promissores da corporação russa Rosatom

O actínio-225, por sua vez, utiliza-se atualmente na elaboração do radiofármaco na base do actínio-225 – o PSMA, que se espera vir a ser um novo produto da medicina nuclear do Brasil fabricado pelo IPEN/CNEN. Desde outubro de 2020, a empresa russa Isotope forneceu com sucesso vários lotes de Ac-225 ao IPEN/CNEN a fim de que a entidade brasileira avaliasse a qualidade do material russo.

Vale destacar que a Corporação Estatal de Energia Nuclear Rosatom é a única companhia do mundo que disponibiliza capacidades tecnológicas para a produção de todos os tipos de lutécio-177 e ainda procura aumentar os volumes de suas entregas.

"A corporação estatal Rosatom, possuindo uma base tecnológica única de reatores de pesquisa, produz a linha mais ampla de isótopos para fins medicinais. Uma das tarefas-chave da Rusatom Healthcare é aumentar a acessibilidade dos produtos de radionuclídeos que são a fundação da medicina nuclear", ressaltou a CEO da empresa.

Hoje em dia, no mundo existem dezenas de radiofármacos na base dos isótopos Lu-177 e Ac-225 em diferentes fases de testes clínicos. Do ponto de vista da comunidade científica mundial, os radiofármacos inovadores vão dar uma contribuição significativa no combate às doenças oncológicas mais comuns.

O contrato celebrado consolida ainda mais as posições da corporação russa como o maior fornecedor de radioisótopos nos mercados da América Latina.

As relações entre a Rosatom e IPEN-CNEN no âmbito da medicina nuclear têm se desenvolvido ativamente a partir de 2017, quando foi assinado o contrato para fornecimento dos tradicionais isótopos medicinais molibdênio-99 e iodo-131. No momento, a companhia estatal russa provém cerca de 50% das necessidades do Brasil em isótopos medicinais.

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