Pompeo contradiz Netanyahu e declara que F-35 foi a chave do acordo de paz entre Israel e EAU

O ex-secretário do Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a venda dos F-35 aos Emirados Árabes Unidos foi o fator crítico dos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Tel Aviv e Abu Dhabi.
Sputnik

Os Acordos de Abraão foram firmados em agosto de 2020 pelos Estados Unidos, EAU e Israel. A administração Trump aprovou a venda do caça de quinta geração a Abu Dhabi em setembro de 2020 em troca da normalização dos laços entre os Emirados e o Estado judeu. No entanto, Israel, sendo o único país no Oriente Médio que opera os F-35, procurou bloquear a venda do avião.

"O acordo para vender as aeronaves provou aos Emirados que temos confiança neles", declarou Pompeo em entrevista ao portal israelense Ynet, publicada nesta quinta-feira (10).

De acordo com ex-secretário, a venda dos F-35, "além das capacidades que dá aos EAU", serve de sinal de "que os israelenses e os americanos acreditam que os Emirados podem compartilhar seu conceito de segurança. E isso é muito, muito importante".

Contudo, os comentários de Pompeo contradizem as recentes declarações sobre o assunto do premiê israelense Benjamin Netanyahu e de outras personalidades oficiais de Israel, os quais têm insistido que os F-35 não faziam parte da normalização, do ponto de vista de Tel Aviv.

Netanyahu negou repetidamente que seu gabinete tivesse dado luz verde para a venda dos F-35 a Abu Dhabi, embora outras informações tenham indicado que seu governo aprovou tacitamente a venda após ter sido assegurado pelos EUA que a vantagem militar de Israel não seria contestada.

Oficiais emiradenses também negaram que o F-35 tenha sido o fator chave para sua decisão de normalizar as relações com Israel. No início deste ano, o embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef Al-Otaiba, sugeriu que Abu Dhabi aceitou o acordo para impedir Israel de tomar ilegalmente vastas áreas da Cisjordânia.

A administração Biden congelou temporariamente o acordo de venda de armas dos EUA aos Emirados, no valor de US$ 23 bilhões (R$ 116,5 bilhões), depois da posse de Biden, mas prosseguiu com o acordo em abril após uma revisão técnica.

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