Nesta sexta-feira (11), o vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou que uma nova operação das Forças Armadas para combater crimes ambientais na região da Amazônia começará a partir da próxima semana, com duração de dois meses e custo avaliado em R$ 50 milhões, de acordo com a Agência Brasil.
Segundo Mourão, a operação Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi autorizada pelo presidente, Jair Bolsonaro, e terá seus custos garantidos pelo Ministério da Economia.
"Está autorizada pelo presidente, conversei com ele ontem [10]. Ele autorizou, já estamos fechando o planejamento. Falei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes. O recurso, em torno de R$ 50 milhões para fazer isso aí pelos próximos dois meses, ele disse que isso aí não é problema. Então, agora, a gente precisa fechar onde vai ser a principal área de operações", disse Mourão citado pela mídia.
Desde 2019, foram autorizadas duas operações das Forças Armadas na Amazônia, chamadas Verde Brasil 1 e 2. De acordo com o monitoramento de focos ativos do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia teve 1.166 focos de queimada somente em maio, recorde para o mês desde 2008. De janeiro até agora, já são 4.677.
No entanto, a quantidade de pessoas envolvidas na operação ainda está para ser definida pelo Ministério da Defesa. O vice-presidente afirmou que o mais provável é que sejam usados os militares das brigadas de Marabá (PA) e de Rondônia, porém, admitiu que este efetivo pode não ser suficiente, segundo a mídia.
Mourão também destacou que é preciso que órgãos ambientais "cheguem junto" para operação poder ter sucesso.
"Preciso que o Ibama e o ICMBio cheguem junto, porque senão, não tem sucesso", disse o vice-presidente.
A GLO na Amazônia começou em maio do ano passado e foi prorrogada três vezes. O fim dela, por decreto, já estava previsto para 30 de abril. É a GLO que permite a atuação das Forças Armadas na região.
No final de maio, o ambientalista Miguel Scarcello, disse à Sputnik Brasil que a Amazônia pode virar uma savana em 30 anos se o atual ritmo de desmatamento continuar, e chamou atenção de que somente uma "mudança de postura política" pode reverter o processo de degradação do bioma amazônico.