A importação de alimentos pela Venezuela caiu cerca de 84% devido às sanções impostas ao país sul-americano, denunciou nesta terça-feira (15) o ministro da Alimentação venezuelano, Carlos Leal Tellería, durante seu discurso na 42ª Conferência da Organização das Nações Unidas para o Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
O ministro indicou que o objetivo de tais ações é impedir que a Venezuela tenha acesso a recursos, bens e serviços para atender às necessidades de sua população, mediante a imposição ilegal de sanções unilaterais, que podem ser classificadas como crimes contra a humanidade. A Venezuela garante que, como resultado das sanções, o rendimento nacional diminuiu 99%.
"Estas medidas geraram uma queda nas importações de alimentos em 83,7%, impedindo a compra internacional de matérias-primas, produtos acabados e insumos para a produção agrícola", disse Leal Tellería, citado pela agência Prensa Latina.
O ministro indicou que os EUA e seus aliados continuam perseguindo seu país.
"Há uma campanha de agressão sistemática contra o direito à alimentação do povo venezuelano promovida pelo governo dos EUA e seus aliados mesmo em meio à pandemia de COVID-19, aplicando perseguição, extorsão e bloqueio para impedir o acesso da Venezuela aos recursos, bens e serviços essenciais para atender às necessidades de sua população", comentou.
Leal Tellería afirmou que apesar das medidas coercivas, o governo venezuelano tem promovido programas alimentares para aumentar a produção nacional.
Em fevereiro de 2020, a Venezuela apresentou ao Tribunal Penal Internacional uma denúncia contra os EUA por considerar que as sanções contra Caracas constituem crimes contra a humanidade e ataques generalizados a cidadãos da nação sul-americana.