Guangdong é um dos mais importantes centros de contêineres do mundo. O surto da infecção do coronavírus na província, situada na costa do sul da China, levou a um encerramento parcial do terminal do distrito de Yantian, que agora opera apenas com 30% de sua capacidade, o que resultou no redirecionamento de mercadorias para os terminais próximos de Nansha e Shekou.
O desvio provocou grandes atrasos, já que os portos não podem acomodar todas as embarcações. Além do mais, o carregamento de contêineres é dificultado pela regulamentação aduaneira. Em resultado, o processamento de um contêiner começou a demorar cerca de uma semana, tendo o tempo total de trânsito aumentado para 15-16 dias.
Os especialistas ressaltam que isso afetará inevitavelmente o comércio internacional à medida que a carga continua se acumulando.
O colapso dos portos do país asiático ameaça causar muito mais dano do que o bloqueio do canal de Suez, no Egito, pelo navio porta-contêineres Ever Given em março de 2021, de acordo com participantes do mercado de transporte marítimo.
Segundo estimativa do diretor-geral da companhia consultora Vespucci Maritime, Lars Jensen, o volume médio diário de carga não manipulada no porto de Yantian é de 25.500 TEU (unidade de medida de capacidade do transporte marítimo equivalente a um contêiner básico de 20 pés).
"O bloqueio de Suez afetou 55.000 TEU diários, mas durou apenas seis dias. E em Yantian estamos falando de 14 dias, e a situação se está desenvolvendo e se estendendo a Nansha e Shekou", afirmou ao portal The Load Star.
Os analistas acreditam que a situação não se estabilizará até final de agosto ou início de setembro de 2021. Como resultado, as circunstâncias do colapso dos portos chineses provocarão um aumento nos preços do transporte e respetivamente o custo final das mercadorias.
Em 23 de março, o navio porta-contêineres Ever Given encalhou no canal de Suez, o que bloqueou a via fluvial e forçou a paragem ou desvio do transporte de mercadorias por outras embarcações até 29 de março. O bloqueio acabou afetando cerca de 12% do comércio mundial, devido à importância do canal de Suez para a navegação comercial internacional.