Os EUA concordaram em remover todas as sanções ao petróleo e ao transporte do óleo da República Islâmica, afirma Mahmoud Vaezi, chefe de gabinete do presidente iraniano Hassan Rouhani.
"Foi alcançado um acordo para remover todas as sanções de seguro, petróleo e transporte que foram impostas pelo [ex-presidente dos EUA, Donald] Trump", disse Mahmoud Vaezi nesta quarta-feira (23), citado pela agência Reuters.
Vaezi acrescentou que os EUA concordaram em retirar algumas figuras importantes do Irã da lista negra: "Cerca de 1.040 sanções da era Trump serão suspensas sob o acordo. Também foi acordado suspender algumas sanções a indivíduos e membros do círculo interno do líder supremo [do Irã, aiatolá Ali Khamenei]".
Todavia, outros negociadores ocidentais e iranianos disseram que as negociações sobre o acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ainda estão longe de serem concluídas.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou nesta quarta-feira (23) que Teerã e as demais potências que negociam o acordo nuclear além de Irã e os EUA, ou seja, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha, ainda precisam superar obstáculos significativos.
"Estamos progredindo, mas ainda há algumas nozes para quebrar", disse Maas durante entrevista coletiva conjunta com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Negociações suspensas
As negociações sobre o acordo nuclear, que ocorrem em Viena, foram suspensas no domingo (20) para consultas nas capitais, dois dias depois que o Irã realizou uma eleição presidencial vencida pelo linha-dura Ebrahim Raisi, chefe do Judiciário da República Islâmica, que está em uma lista negra dos EUA. Raisi deve substituir Rouhani em agosto.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse no domingo (20) que ainda havia "uma distância razoável para viajar", incluindo sanções e compromissos nucleares que o Irã tem que fazer para salvar o acordo nuclear.
Assinado pelo Irã em 2015 em conjunto com Alemanha, China, França, EUA, Reino Unido e Rússia, o JCPOA exigia que Teerã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca de alívio das sanções.
Todavia, o presidente Donald Trump (2017-2021) abandonou o acordo três anos depois, chamando-o de vantajoso para o Irã, e impôs duras sanções que afetaram a economia iraniana. Como resultado, em 2019 o país persa começou a abandonar gradualmente os termos do acordo. As negociações entre EUA e Irã foram retomadas neste ano em Viena.