Sauditas envolvidos no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi foram treinados nos EUA, diz mídia

Os sauditas que perpetraram o assassinato do jornalista opositor saudita Jamal Khashoggi em 2018 foram treinados nos Estados Unidos, no âmbito de um contrato aprovado pelo Departamento de Estado, segundo o jornal New York Times.
Sputnik

A preparação dos quatro sauditas foi realizada pela empresa de segurança Tier 1 Group no Arkansas, informou a mídia, citando documentos e fontes.

A preparação militar incluía "tiro ao alvo seguro" e "luta contra ataques" e era destinada a proporcionar melhor segurança aos líderes sauditas. Além disso, uma pessoa familiarizada com o treinamento disse que os sauditas foram treinados em vigilância e combate corpo a corpo.

No entanto, "não há evidências de que os funcionários norte-americanos que aprovaram o treinamento ou os executivos da Tier 1 Group soubessem que os sauditas estavam envolvidos na repressão dentro da Arábia Saudita", destacou a mídia.

O Departamento de Estado norte-americano concedeu licença à empresa Tier 1 Group para realização de treinamentos militares das Forças Armadas da Arábia Saudita em 2014, durante a administração de Barack Obama. A instrução foi realizada pelo menos durante o primeiro ano de presidência de Donald Trump, conforme o jornal.

Louis Bremer, diretor executivo da empresa Cerberus Capital Management, proprietária da Tier 1 Group, confirmou o treinamento, mas sublinhou que o programa da empresa "não tem nada a ver com o assassinato de Jamal Khashoggi".
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Khashoggi foi morto em outubro de 2018 em Istambul, na Turquia, no consulado da Arábia Saudita. No início, as autoridades do reino negaram que sua morte tenha ocorrido na missão diplomática. No entanto, algum tempo após o surgimento de vídeos e gravações, admitiram que o jornalista foi morto "em uma briga com os funcionários do consulado". A polícia turca não chegou a encontrar o corpo.

O gabinete do diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos em fevereiro de 2021 declarou que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammad bin Salman aprovou pessoalmente o homicídio de Khashoggi. As autoridades recusaram as conclusões do relatório da inteligência norte-americana, destacando que o documento "contém informações imprecisas". Foi informado que o governo saudita já tinha tomado medidas em relação aos assassinos do jornalista.

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