O denunciante americano Edward Snowden fez comentários sobre a morte do desenvolvedor de software antivírus americano McAfee, John McAfee, que teria cometido suicídio depois que sua extradição para os EUA foi aprovada por um tribunal espanhol, e apontou Julian Assange como a "próxima vítima" em um post no Twitter.
A Europa não deveria extraditar os acusados de crimes não violentos para um sistema judicial tão injusto - e um sistema penitenciário tão cruel - que réus nativos preferem morrer a ficar sujeitos a ele. Julian Assange pode ser o próximo. Até que o sistema seja reformado, uma moratória deve permanecer.
O jornal El País noticiou que McAfee, de 75 anos, foi encontrado morto na quarta-feira (23), em sua cela de prisão em Barcelona, na Espanha. Evidências apontam para um provável suicídio. Os médicos tentaram ressuscitá-lo, mas sem sucesso. A morte de McAfee ocorreu depois que o Tribunal Nacional da Espanha aprovou sua extradição para os EUA, onde foi acusado de sonegação de impostos.
McAfee foi colocado na lista de procurados da Interpol e foi detido em um aeroporto de Barcelona quando seguia para Istambul no início de outubro de 2020. De acordo com as acusações feitas contra ele nos EUA, a empresa McAfee ganhou milhões de dólares promovendo criptomoedas, consultoria, palestras e depois de vender os direitos para criar um documentário biográfico sobre ele, sem declarar impostos.
Em meados de junho, a McAfee testemunhou no Tribunal Nacional da Espanha. Durante as audiências, ele negou todas as acusações contra ele nos EUA, alegando que eram de natureza política.
O cofundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi preso em Londres em 11 de abril de 2019 e condenado a 50 semanas de prisão por ter se refugiado na embaixada equatoriana na capital do Reino Unido em 2012 para evitar a extradição para a Suécia, onde estava enfrentando acusações de agressão sexual que mais tarde foram retiradas pelo tribunal sueco.
Assange é procurado pelo Departamento de Justiça dos EUA por espionagem e acusações de fraude de computador depois que o WikiLeaks publicou milhares de arquivos secretos e informações confidenciais que apontam para crimes de guerra cometidos por tropas americanas no Iraque e no Afeganistão. Ele pode pegar até 175 anos em confinamento solitário dentro de uma prisão americana de segurança máxima se for condenado nos EUA.
Em janeiro, a juíza distrital do Reino Unido Vanessa Baraitser decidiu não extraditar Assange, citando razões de saúde e o risco de suicídio no sistema prisional norte-americano, mas decidiu que ele deve esperar na prisão pelo resultado de um recurso feito por promotores dos EUA.