A chamada nuvem órfã ou solitária é formada por gás quente que atinge temperaturas entre 9.700 e 10.000 ºC, e tem uma massa total de 10 bilhões de vezes a massa do Sol, maior que algumas galáxias.
A formação se localiza no aglomerado de galáxias Abell 1367, na constelação de Leão, a cerca de 300 milhões anos-luz da Terra, informou nesta quarta-feira (30) o site da universidade.
"Esta é uma descoberta empolgante e também surpreendente. Ela demonstra que há sempre surpresas novas na astronomia – a mais antiga das ciências naturais", disse Ming Sun, professor associado de física e um dos autores do estudo, publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
O cientista detalhou que a nuvem foi encontrada por acaso após uma análise de dados do XMM-Newton, observatório espacial de raios X da Agência Espacial Europeia (ESA). Ele acrescentou ainda que, embora tenha sido descoberta em um aglomerado de milhares de galáxias que estão unidas por um tênue gás quente, a nuvem não está associada a nenhuma delas e se encontra em uma "terra de ninguém".
De acordo com o pesquisador, provavelmente a nuvem teve origem em um galáxia desconhecida do referido aglomerado.
Eles sugerem que o gás da nuvem é eliminado pela pressão do gás quente do aglomerado, quando a galáxia hospedeira está flutuando no gás quente com uma velocidade entre 1.000 e 2.000 quilômetros por segundo.
Este nível de pressão pode arrancar o meio interestelar de uma galáxia e, neste caso, os cientistas descobriram que a temperatura da nuvem é consistente com o fato de ela ter originado em uma galáxia.
Estima-se que a enorme nuvem de gás tenha sobrevivido por centenas de milhões de anos depois de ter sido separada de sua galáxia hospedeira. Pesquisadores acreditam que seu campo magnético pode atuar a fim de mantê-la unida, suprimindo as forças instáveis que, de outro modo fariam com que se dissipasse.