O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo Bolsonaro está disposto a consertar, durante a tramitação no Congresso, possíveis erros na reforma do imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas, um dos pontos da reforma tributária. A ideia inicial eleva o limite de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Físicas (IRPF) de R$ 1.903,98 para R$ 2.500.
"Se tiver erro na dose, vamos consertar, não temos compromisso com erros. Mas a reforma está na direção certa, tributar rendimentos de capital e desonerar empresas e assalariados", declarou o ministro ao portal G1 nesta segunda-feira (5).
Guedes desde que assumiu a pasta nega que tenha a intenção de elevar a carga tributária, e defende o atual projeto. Especialistas, todavia, afirmam que a reforma do governo aumenta não só a tributação dos rendimentos de capital, mas também de empresas e assalariados. Em alguns casos, o aumento da carga tributária pode ser de até 47%.
"Nosso objetivo é a neutralidade, desonerar empresas e assalariados para estimular a economia e tributar rendimentos de capital. O Brasil, por exemplo, não tributa distribuição de dividendos, enquanto o mundo todo tributa. Precisamos corrigir isso, abrindo espaço para diminuir o imposto de renda das empresas", acrescentou o ministro.
'Importante é votar reformas'
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a Câmara dos Deputados está "fazendo as contas para não errar" ao comentar as críticas de especialistas à proposta do governo.
Anteriormente, o deputado afirmou que a Câmara pode reduzir, por exemplo, de 20% para 15% a tributação de IR sobre distribuição de dividendos, que hoje é isenta. Mas, segundo o parlamentar, "o importante é que vamos votar as reformas. Há grandes interesses que começam a tentar barrá-las".
Arthur Lira complementou dizendo que os líderes vão decidir até terça-feira (6) se a proposta será votada antes ou depois do recesso, que começa na segunda quinzena de julho.