Cônsul da Estônia é detido em São Petersburgo por obter materiais sensíveis, diz Rússia

O Serviço de Segurança Federal russo afirma ter apanhado em flagrante um diplomata estoniano recebendo documentos sensíveis; Tallinn nega a acusação.
Sputnik

Mart Latte, cônsul da Estônia, foi detido em flagrante recebendo materiais sensíveis em São Petersburgo de acordo com o Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em russo).

"Esta atividade não é compatível com o status de um funcionário diplomático, e tem uma natureza explicitamente hostil à Rússia", disse o órgão.

O diplomata será sujeito a medidas previstas pelas normas do direito internacional.

Em resposta, Aari Lemmik, chefe do Departamento de Comunicação do Ministério das Relações Exteriores da Estônia, disse que a ação não contribuirá para as relações construtivas entre a Rússia e a União Europeia (UE).

Segundo a alta responsável, Latte estava em uma reunião de trabalho no Instituto Politécnico Estatal de São Petersburgo.

"O cônsul foi detido pelo FSB durante uma hora e meia, quando estava saindo da reunião. Ele foi acusado de desviar material importante", referiu nesta terça-feira (6) Lemmik ao jornal Postimees.

O Ministério das Relações Exteriores da Estônia acredita que as acusações contra Latte são infundadas, e que o caso mostra que o Kremlin escolheu o caminho do confronto em vez de inverter a tendência negativa nas relações entre a Rússia e a UE.

"Este é outro exemplo de que a Rússia não está interessada em relações construtivas com a UE", afirmou Aari Lemmik.

Em abril, Aleksandr Sosonyuk, cônsul da Ucrânia, também foi detido em São Petersburgo. Segundo o FSB, a detenção aconteceu durante uma reunião com um cidadão russo, enquanto Sosonyuk recebia informações de natureza confidencial. Ele trabalhava no país desde 2012 pelo menos, e foi obrigado a deixar o território russo. Em resposta, Kiev declarou persona non grata um funcionário da embaixada russa.

Em seguida, tanto a Rússia quanto a Ucrânia expulsaram um diplomata cada.

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