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Lula defende urna eletrônica, diz que impeachment é possível e que 'Lira não é dono do país'

Ex-presidente afirmou que voto impresso é voltar à "época dos dinossauros" e que já há ambiente suficiente no país para abertura do processo de impeachment de Bolsonaro. Lula também declarou que presidente da Câmara "não é dono do país".
Sputnik

Após declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que não há justificativa para abertura do processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que o processo "é possível sim se fizer pressão necessária para colocar o impeachment em votação", segundo o UOL.

"O processo já poderia ter acontecido porque já teve mais 120 pedidos de impeachment e não foi colocado nenhum em votação. Agora tem um grande pedido, assinado por centenas de entidades, num único processo, vamos ver se o presidente da Câmara coloca em votação. [...] É possível sim se fizer pressão necessária para colocar o impeachment em votação", afirmou Lula durante entrevista para rádio Salvador FM.

O ex-presidente, e possivelmente futuro candidato para presidência da República em 2022, também declarou que Lira "não é o dono do país".

"O PT, inclusive, entrou na Suprema Corte pedindo para que obrigasse o cara [Lira] a pelo menos colocar em votação. Ele não é dono do país, ele não é dono de todo o poder, ele tem que colocar em votação para que o Congresso possa se manifestar", completou.

Na mesma entrevista, Lula comentou sobre as gravações de áudio que supostamente comprovariam o envolvimento de Bolsonaro no esquema da rachadinha, caracterizando o ato como "um roubo".

"A cunhada dele está dizendo que ele pegava a maior parte do salário dos seus funcionários, o que é um roubo. Uma coação a um trabalhador que não é obrigado a dar seu salário a ninguém, a não ser para levar comida a seus filhos [...]", disse Lula.

Sobre os escândalos de corrupção que rondam as compras de vacinas contra a COVID-19 pelo governo federal, Lula proferiu que não há nada mais deprimente do que saber que quando pessoas precisam de vacinas, há pessoas querendo lucrar com a compra.

"As pessoas estão percebendo que a demora da vacina é porque tinha um processo de intromissão indevida de pessoas indevidas para tentar ganhar dinheiro às custas das vacinas. Não pode ter algo mais triste e deprimente com o país precisando de vacinas e ficamos sabendo que pessoas estavam tentando ganhar dinheiro com a vacina" afirmou.

Voto impresso 'é época dos dinossauros'

Mediante o constante movimento tanto do governo como de parte da população brasileira para volta do voto impresso, Lula diz que esse retorno é o mesmo que "voltar para a época dos dinossauros".

"Voto impresso é voltar para a época dos dinossauros. Vamos ser francos: se fosse possível roubar com o voto eletrônico, eu teria sido o presidente da República neste país? Teria ganhado duas eleições, a Dilma [Rousseff] teria ganhado duas eleições? Eu acho que não", declarou o ex-presidente citado pela mídia.

Lula contou que no começo era contra o voto eletrônico, mas que depois que observou a eficácia transparente do processo eletivo através da urna eletrônica, "não é preciso mexer no que está dando certo".

"Não precisamos mexer no que funciona. Até hoje não tem uma única prova de roubo em voto eletrônico. A hora que tiver a gente muda o voto. Agora tentar mudar a pretexto de criar confusão como quer o atual presidente?", disse Lula.

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