Após Irã iniciar produção de urânio metálico, Arábia Saudita diz que 'propósito não é pacífico'

Para Riad, as recentes implementações nas usinas nucleares iranianas são uma ameaça "à segurança regional e à não proliferação de armas", segundo Ministério das Relações Internacionais saudita.
Sputnik

Com a anunciação do Irã de que vai começar a produzir urânio metálico enriquecido em 20% na terça-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita declarou estar preocupado com o "aumento das atividades nucleares de Teerã que ameaçam a segurança regional", de acordo com a Reuters.

"Riad está muito preocupada com o aumento do ritmo das atividades nucleares do Irã e do desenvolvimento de capacidades [...] que não são consistentes com propósitos pacíficos", disse um funcionário do ministério à mídia.

Segundo o funcionário, as iniciativas de Teerã para produzir urânio enriquecido com 60% de pureza físsil e urânio metálico com 20% "representam uma ameaça crescente à segurança regional e à não proliferação de armas", ao mesmo tempo que atrapalham os esforços para garantir "um acordo nuclear abrangente que garanta segurança e estabilidade global".

Os comentários do funcionário seguem a declaração feita na quinta-feira (8) por Kazem Gharibabadi, embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na qual pediu à agência nuclear que também investigasse as atividades nucleares de Riad.

"Para a Arábia Saudita, a AIEA não está recebendo nem mesmo as autoridades de verificação mínimas necessárias. A falha em implementar as garantias rescindindo os protocolos de pequenas quantidades poderia permitir que eles ocultassem certas atividades nucleares sem que estivessem sujeitos às inspeções da AIEA", disse Gharibabadi.

A Arábia Saudita, que está travada em uma rivalidade com o Irã por anos, pediu um acordo nuclear mais forte e de maior duração que também trate das preocupações do golfo Pérsico sobre o programa de mísseis de Teerã, segundo a mídia.

Entretanto, os dois países que cortaram definitivamente a comunicação em 2016, iniciaram diálogos diretos em abril desse ano com o objetivo de conter as tensões.

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