Na ligação telefônica, os presidentes discutiram o ataque de resgate (ransomware) em andamento nos EUA e a adoção pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) da proposta de estender a ajuda humanitária na Síria por um ano.
"Ambos os lados elogiaram a coordenação de esforços da Rússia e dos EUA nesta questão, inclusive no Conselho de Segurança da ONU", disse o Kremlin em comunicado nesta sexta-feira (9). Putin aproveitou a ocasião para expressar a Biden suas sinceras condolências em relação ao desabamento de um prédio residencial na Flórida, EUA.
Aos repórteres, Biden afirmou que o telefonema com Putin correu bem: "Foi bem. Eu sou otimista". Em nota, a Casa Branca comentou o telefonema e decisão da ONU.
"Os líderes elogiaram o trabalho conjunto de suas respectivas equipes após a Cúpula EUA-Rússia que levou à renovação unânime da assistência humanitária transfronteiriça à Síria hoje [9 de julho] no Conselho de Segurança da ONU [...]. O presidente Biden também falou com o presidente Putin sobre os ataques de ransomware em andamento por criminosos baseados na Rússia que afetaram os EUA e outros países ao redor do mundo", disse a Casa Branca em um comunicado à imprensa.
A enviada de Washington à ONU também comentou a decisão das Nações Unidas, afirmando que a resolução é vista pelos EUA como um momento importante em seu relacionamento com a Rússia.
"Definitivamente, vejo isso como um momento importante em nosso relacionamento e mostra o quanto podemos fazer com os russos se trabalharmos com eles diplomaticamente em objetivos comuns", disse Linda Thomas-Greenfield aos repórteres. A enviada de Washington à ONU acrescentou que espera "outras oportunidades" para trabalhar com a Rússia em questões de "interesse comum" entre os dois governos.
Ataques cibernéticos
O governo Biden não tem novas informações indicando que o governo russo dirigiu o último ataque de ransomware contra Washington, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, nesta sexta-feira (9).
"Não temos informações adicionais ou novas sugerindo que o governo russo dirigiu esses ataques", disse Psaki durante coletiva de imprensa.
O presidente Biden, durante sua ligação com o presidente russo Vladimir Putin, pediu a Moscou que reprimisse os grupos que realizam ataques cibernéticos e operam na Rússia.
"Eu deixei muito claro [para o presidente Putin] que os EUA esperam quando uma operação de ransomware está vindo de seu solo, mesmo que não seja patrocinado pelo Estado, esperamos que eles ajam se dermos informações suficientes para agirem sobre quem é [o responsável]", disse o presidente norte-americano.
Durante a coletiva de imprensa, a secretária de imprensa da Casa Branca se recusou a divulgar a resposta do presidente russo.
Em comunicado, o Kremlin afirma que o "diálogo sobre segurança cibernética e luta contra crimes cibernéticos, que começou na cúpula Rússia-EUA em Genebra, foi continuado" e que os líderes enfatizaram a necessidade de uma cooperação construtiva no campo da segurança cibernética, para a continuação dos contatos relevantes.
Durante a conversa com Biden, Putin observou que, dada a gravidade dos desafios do mundo digital, a interação entre Moscou e Washington deve ser "constante, profissional e não politizada" e realizada "de acordo com os mecanismos jurídicos bilaterais e as regras do direito internacional". O presidente russo acrescentou que os EUA não abordaram esse assunto nos contatos bilaterais no mês passado.
Os líderes sublinharam a necessidade de cooperação construtiva em segurança informática e concordaram em continuar contatos a este respeito.
Na quarta-feira (7), o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, afirmou que Washington e Moscou conduzirão outra rodada de negociações sobre segurança cibernética na próxima semana.
Os comentários ocorrem depois de uma série de ataques cibernéticos contra o governo dos EUA e empresas privadas. A Rússia negou repetidamente qualquer envolvimento em atividades cibernéticas direcionadas contra os EUA.